As manifestações brasileiras têm aumentado em consequência do descontentamento social perante ações governamentais, essas que podem ser vistas desde épocas como a República Velha. Entretanto, fica evidente que a correlação entre as crises sociais enfrentadas pelo Brasil, ainda é, o não desenvolvimento da consciência política da população, visto que, quando um cidadão não sabe o seu papel na sociedade, acaba não sabendo o que tem direito de fazer. As insatisfações populares devido às administrações do governo têm marcado a história do Brasil desde o período republicano, como a Revolta da Vacina, acontecida entre os anos de 1900 no Rio de Janeiro, em virtude da rejeição da vacinação obrigatória e, consequentemente, a invasão dos enfermeiros nas propriedades dos indivíduos, tendo como mentor o sanitarista Oswaldo Cruz. Essa campanha tinha um propósito positivo, mas com uma má aplicação; a falta de conhecimento e o medo da população acabaram criando um conflito violento entre essas classes. Nos dias atuais tivemos um exemplo dessa insatisfação demonstrada pelo plebiscito proposto no governo da ex-presidente, Dilma Rousseff, sobre uma possível reforma política, tendo como resposta da população o desagrado com a administração dos representantes eleitos pelo voto e que queriam uma integração maior nos assuntos e nas intenções públicas. Todavia, a falta de investimento na educação, tanto básica, como superior acabam dificultando o desenvolvimento da consciência crítica do cidadão e com isso o não entendimento dos seus direitos e deveres na comunidade em que vive. O Brasil em um ranking de educação e leitura fica entre as piores posições, segundo pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Estudando (Pisa, sigla em inglês), demonstrando que a educação (ou falta dela) é uma arma que pode ser utilizada tanto a favor, como contra a defesa dos direitos da população. A deficiência da leitura e, consequentemente, do conhecimento, fornecem a carência da consciência crítica e, por conseguinte, da compreensão dos direitos e deveres solicitados em momentos de manifestações pelos cidadãos. Posto isso, deve-se investir na educação literária a partir de projetos escolares para que haja o desenvolvimento desse pensamento analítico desde a base da sociedade e que isso possa influenciar as demais camadas etárias.