Jair Bolsonaro, deputado federal, é considerado por muitos brasileiros um provável candidato à presidência da república em 2018. Mesmo com suas declarações polêmicas, o político é visto como uma esperança para parte da população, que ignora suas opiniões exageradas ao acreditar que ele trará as mudanças necessárias para o país se desenvolver. Isso é decorrente da descrença política dos brasileiros, que não conseguem confiar nos seus representantes devido às recentes crises políticas no país, fruto da corrupção, gerando apatia política. No livro “Raízes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda explica as origens da corrupção no país, afirmando que isso ocorre porque os brasileiros são “cordiais”, ou seja, são pessoas emocionais e preferem relações de proximidade. O escritor declara que essa cordialidade gera relações patrimonialistas, como o nepotismo e o clientelismo, na esfera estatal, pois os políticos não conseguem diferenciar suas relações pessoais e seu trabalho. Somado a isso, nota-se que os brasileiros tornaram-se, gradativamente, pessoas politicamente apáticas, ou seja, não creem mais na sua representatividade política e se conformam com a situação ao seu redor. É importante salientar que isso se acentuou após as manifestações de 2013, quando se afirmava que “O gigante acordou”, mas, mesmo após vários protestos, poucas alterações foram realizadas. Também se percebe essa apatia com a falta de protestos contra o então presidente Michel Temer, claramente envolvido em um esquema de corrupção, contudo teve o processo arquivado e nenhuma manifestação relevante foi feita. Fica evidente, portanto, que a descrença política dos brasileiros é fruto da corrupção de seus representantes. Para mudar essa realidade, é necessário que as escolas ofereçam aulas sobre a Carta Magna do país, para que a população conheça seus direitos e deveres. Além disso, a participação da mídia é fundamental para divulgar os recentes acontecimentos políticos do país, sem manipulação dos fatos. Por fim, é essencial que os políticos enquadrados em fraudes e esquemas de corrupção sejam punidos para que, enfim, a população volte a acreditar na política do país e não precise se apoiar em políticos extremistas.