Título da redação:

A incoerente polarização

Tema de redação: A relação entre as crises brasileiras e a consciência política na sociedade

Redação enviada em 09/08/2017

Pode-se observar, durante a história política recente do Brasil, que a população conecta-se com maior ímpeto com política em tempos de crise, principalmente econômica. Exemplos podem ser citados como na chamada ‘’década perdida’’ nos anos 80, com as campanhas por Diretas-Já e o fim da ditadura militar e, recentemente, as enormes manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, tais reivindicações, ao invés de unirem a sociedade, promoveram uma polarização. A partir do momento que um país está em crise, as atitudes dos poderes Executivo e Legislativo passam a afetar com maior percepção a população, visto que os índices de desemprego estão altos e a má utilização do dinheiro público passa a ser analisada minuciosamente. Por conseguinte, a sociedade em geral deveria buscar uma gradual capacitação para apoiar ideias e propostas. Todavia, observa-se que ao invés da unificação da sociedade, por meio do respeito a ideias contrárias, ocorre uma polarização entre ideologias políticas, utilizando-se de argumentos ad hominem, que tentam desqualificar o outro, juntamente a crença em notícias falsas e parciais, que causam a entrada na chamada ‘’bolha social’’, em que as pessoas simplesmente consideram-se corretas sobre todos os assuntos. Com a recente frustação brasileira perante a Democracia, já que o atual presidente, Michel Temer, foi empossado indiretamente e com um plano de governo contrário ao que assumiu, a população deve ter cuidado ao apoiar ditaduras, pois assim como afirmou Churchill: ‘’a Democracia é a pior forma de governo, excetuando-se as demais’’. Para que esse cenário de polarização se altere na sociedade, é necessário que a população busque informações em todos espectros políticos de mídia e, deste modo, respeite opiniões adversas e mude o foco do debate para as incoerências que os três poderes cometem. Paralelamente a isto, o Ministério da Educação deve propor a introdução de uma matéria de conhecimento político desde o Ensino Médio, para que o assunto faça parte do cotidiano a partir da adolescência.