A cidade do Rio de Janeiro enfrenta, desde o século XX, uma grande problemática: o descaso das políticas públicas de saneamento básico, somado à falta de informação da população quanto ao despejo de seus lixos criaram como um de seus resultados a poluição da Baía de Guanabara, um local onde, outrora, já foi lar de diversas espécies marinhas e praias usufruídas por essa mesma população que a poluiu a ponto de ficar inabitável, para os animais marinhos, e infrequentável, para os banhistas, fato no qual evidencia a desinformação da sociedade civil e as inócuas medidas de proteção ambiental por parte dos governantes. O acúmulo de lixo tem raízes intrínsecas na população: a desinformação por parte dos indivíduos é uma das características mais claras, afinal, a falta de investimentos em educação ambiental tem como consequência a formação de cidadãos despreocupados com os problemas que o acúmulo de lixo podem causar, como as enchentes, por exemplo, fruto de um acúmulo de resíduos descartados em locais inapropriados no perímetro urbano. A mídia também tem um papel muito notável na doutrinação desses indivíduos, que apela para a promoção do consumo, que muita das vezes são trocados anualmente. Celulares, computadores e televisores, por exemplo, quanto descartados em locais inapropriados, podem ter seus componentes arrastados para o lençol freático por intermédio das chuvas, aliado aos poucos investimentos em saneamento básico, compromete a pouca água potável que resta. É importante salientar que os resíduos urbanos não são apenas o lixo doméstico. Hospitais e indústrias são também fontes muito grandes de lixo que requerem cuidados minuciosos ao serem descartados. Os lixos hospitalares, por meio de incineração e os industriais por meio de descarte em locais apropriados, como os aterros sanitários. A situação, porém, não é tão simples como no papel: A falta de fiscalização por parte dos órgãos regulamentadores dá a sensação de impunidade para os grandes empresários, que se aproveitam disso. Muitas indústrias descartam seus resíduos em locais de mais fácil acesso, como lagos e rios, ao invés de procurarem o local apropriado para descarte, favorecendo a poluição ambiental e criando novas Baías de Guanabara. Fica evidente, portanto, que o acúmulo de lixo em local inapropriado e o nefasto descaso governamental devem ser revisados. O governo deve ampliar as leis ambientais e a fiscalização pelos órgãos reguladores, visando a diminuição do descarte de lixo em locais indevidos por parte das indústrias, bem como deve investir fortemente em programas de saneamento básico. A inclusão da educação ambiental na grade curricular das escolas, somado ao trabalho visando a conscientização popular de ONGs como o Greenpeace e WWF resultaria numa população mais ecologicamente correta. O Brasil poderia, finalmente, olhar-se no espelho e orgulhar-se de não ter se tornado uma imensa Baía de Guanabara.