O 4º “R” da sustentabilidade A Lei dos Resíduos Sólidos entrou em vigor no Brasil em 2010. Contudo, a problemática do lixo urbano persiste intrinsecamente ligada à falta de responsabilidade social do brasileiro, seja pelo consumo exacerbado, seja pela destinação inadequada. O consumismo coloca em xeque a quantidade de dejetos jogados fora. Com o fim da Guerra Fria, a economia capitalista se consolidou no mundo. Dessa forma, o princípio fundamental desse modo de produção, o lucro, fez surgir a obsolescência planejada, que consiste no estímulo ao descarte rápido dos produtos. Exemplo disso é o que ocorre nas indústrias têxteis com a chamada “fast fashion”, na qual tendências de moda são criadas e modificadas constantemente, o que contribui para a compra desnecessária. Outro fator agravante é o depósito de lixo em locais inapropriados. De acordo com um levantamento do Banco Mundial, o Brasil é o terceiro maior gerador de lixo do planeta. Este fato somado ao descarte em lugares como rios e lixões pode gerar enchentes ou até mesmo proliferação de doenças. Tal realidade é retratada no documentário Lixo Extraordinário, o qual ressalta a situação caótica do país. Segundo o filósofo Francis Bacon, obedecer a natureza é comandá-la. Portanto, torna-se clara a necessidade de conscientização social que resulte num desenvolvimento sustentável. Para tanto, os órgãos públicos devem fiscalizar o cumprimento da Lei 12.305, a fim de que se eleve sua eficácia. Ademais, a escola pode dissipar entre os jovens a importância do consumo controlado por meio de palestras ministradas por engenheiros ambientais. Somente assim, a população acrescentará mais um “R” às bases da sustentabilidade: a responsabilidade.