Todo e qualquer material resultante da atividade doméstica e comercial da sociedade é considerado resíduo urbano de responsabilidade do homem. No Brasil, desde a formação dos centros urbanos, o saneamento básico e administração do lixo gerado foram tratados com descaso. Hoje, essa situação é sentida em diversas regiões do país, as quais procuram medidas para amenizar os problemas causados pela falta de responsabilidade diante ao destino dos resíduos. Inicialmente, é preciso destacar que a quantidade de resíduos aumentou 29% enquanto a população brasileira apenas cresceu 6%. Essa desproporção é resultado do consumismo demasiado juntamente a falta de consciência ecológica por parte da sociedade. A compreensão da necessidade de preservar o ambiente é restrita, sendo visível pelos pequenos pontos de reciclagem no país. De fato há locais de destaque em relação ao encaminhamento do lixo, Curitiba é um exemplo de reconhecimento internacionalmente por suas medidas de reciclagem. Na cidade, uma cooperativa de catadores consegue tirar o sustento do lixo produzido, 20% do total são reciclados por eles. Isso mostra que quando tratado de forma consciente, os resíduos urbanos são fontes de emprego e desenvolvimento socioeconômico. O déficit na proliferação dessa dinâmica é que atrasa relação entre a sociedade e administração do lixo urbano. Convém ainda lembrar que recorrer aos aterros sanitários é construir bombas-relógio. Com descarte de materiais que poderiam ser reutilizados, o acúmulo do que não deveria ser lixo só aumenta. São pneus, garrafas Pets, recipientes de vidro que favorecem a instalação de pragas urbanas, risco à saúde de quem vive aos arredores dessas instalações. Além disso, as chances de explosões ocasionadas pela retenção, principalmente, do gás metano mostra a complexidade do problema em longo prazo para toda a sociedade. Portanto, resultado das ações humanas, o lixo é de responsabilidade plena que quem o produz e deve ser bem analisado para ter um destino coerente com suas utilidades. É preciso que os governos dos Estados e municípios ajudem os cidadãos na pratica do ER3 - eliminar o lixo tóxico, reduzir, reutilizar e reciclar materiais. A população deve receber educação por meio de cartilhas didáticas distribuídas nas escolas e da inclusão no currículo dos alunos sobre a conscientização ecológica atrelada ao estudo social. As prefeituras precisam incentivar as famílias a separar o lixo orgânico do reciclável, estabelecendo dias distintos para recolhimento. Por fim, ONGs devem oferecer à comunidade em geral oficinas sobre reciclagem e qualidade de vida. Assim, Brasil como um todo tirará proveito dos próprios resíduos urbanos.