Título da redação:

A água esbarra no lixo. O problema esbarra na falta de educação

Tema de redação: A relação entre a responsabilidade social e os resíduos urbanos no Brasil

Redação enviada em 04/03/2016

A partir da primeira Revolução Industrial, no século XVIII, o mundo em que vivemos passou por uma profunda transformação em seu espaço geográfico. Com a criação das máquinas a vapor e da produção em massa, a quantidade de produtos inutilizáveis também aumentou, gerando assim, uma elevação na quantidade de lixo produzida pelo homem. O Brasil, um pouco mais tarde do que os países industrializados europeus, também sofreu tal mudança. No país, todavia, a questão toma uma importância ainda mais crítica, pois esbarra na deficiente educação de seus cidadãos. Diversas são as matérias de jornal que expõem cheias e tragédias “naturais” em vários estados brasileiros. Na verdade, o lixo acumulado em zonas de drenagem é o que possibilita, eventualmente, o acúmulo de água da chuva, de modo que tais desastres tomam por vezes caráter artificial, pois são causados pela ação antrópica. Fica evidente então, que estas questões poderiam ser evitadas pela própria sociedade, através do reaproveitamento e despejo consciente de seus resíduos, evitando assim, que esta tivesse que recorrer a medidas paliativas. Diante de tal cenário, cabe o questionamento: por que isso ainda acontece na sociedade brasileira? A resposta está no índices socioeconômicos de nosso povo. A educação formal da nação é constantemente colocada em prova por dados estatísticos ou índices referentes ao aproveitamento de alunos em provas internacionais. Como consequência, a população brasileira, precariamente educada, vê em seus políticos desacreditados e não nela mesma a solução para todos os problemas sociais, dentre eles o acúmulo de lixo urbano. Evidentemente que diante da conjuntura política atual, a expectativa do brasileiro se converte em decepção. Em acréscimo, o consumismo desenfreado comum nas sociedades capitalistas problematiza ainda mais a situação. No Brasil, a falta de legislações que regulem o uso indiscriminado de derivados do petróleo faz com que a quantidade de plástico residual cresça num ritmo alarmante. É sabido também que o tempo útil de um produto nos dias atuais é bem menor do que já fora. A tecnologia evolui tão rapidamente que a gestão do lixo urbano é por vezes negligenciada. Se não quebrarmos esse paradigma, a Terra fictícia tomada pelo lixo e sem condições de abrigar vida retratada no filme de animação “Wall-e” poderá se tornar uma realidade. Então, para que o problema possa ser resolvido, tais medidas devem ser tomadas: a curto prazo, as prefeituras dos municípios brasileiros podem aumentar o número de lixeiras em zonas urbanas; a médio prazo, o Estado deve fomentar políticas de incentivo a gestão de lixo doméstico, oferecendo isenção de determinados impostos aos cidadãos mais conscientes. Ao poder legislativo, cabe a criação de leis que regulem o atual uso indiscriminado de plásticos e metais na indústria. Além disso, campanhas de conscientização devem ser realizadas pelas escolas, de modo a alterar a longo prazo a mentalidade do brasileiro, que constitui o cerne deste problema.