Com caráter polêmico, a proposta da reforma na previdência tornou-se um dos principais assuntos discutidos entre os brasileiros pois, se aprovada, essa reforma afetará diversos setores sociais sendo necessária, portanto, uma análise crítica a respeito dessa problemática. Em primeira análise, na teoria, o governo federal defende que a reforma seria a alternativa mais eficaz para evitar com que a previdência , futuramente, sofra uma crise e, consequentemente, prejudique a aposentadoria das gerações futuras. No entanto, o que se percebe é que, na prática, essa reformulação, ao invés de garantir o bem estar das próximas gerações, sucateia direitos trabalhistas que outrora foram conquistados, por meio de manifestações e lutas, pelos trabalhadores. Além disso, uma das propostas apresentadas pelo governo é o aumento do ano de contribuição dos trabalhadores, ou seja,pretende-se fixar a idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria e elevar o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos. Essa modificação no tempo de serviço afeta, diretamente, o trabalhador, uma vez que, devido aos diferentes tipos de trabalhos, bem como os diferentes graus de periculosidade desses, aliado a ainda baixa expectativa de vida,(que no Brasil é 75,5 anos enquanto nos países mais desenvolvidos, essa taxa encontra-se próximo de 90 anos) , seria difícil, depois da reforma, o cidadão usufruir da aposentadoria integral. Ainda nesse contexto, com a aprovação dessa PEC, o setor de saúde pública do país seria sobrecarregado. Em razão da necessidade de garantir a integridade física por mais tempo, o número de pessoas que iriam recorrer os serviços oferecidos pelo SUS, desde exames à cirurgias, aumentaria consideravelmente. Com esse aumento, aliado a falta de estrutura e investimento nesse setor social, o já precário sistema único de saúde poderia entrar em colapso prejudicando, assim, toda a população. Em última análise, a reforma da previdência não tomou como base a situação do mercado trabalhista da contemporaneidade. Mesmo que sejam aptos a exercer determinadas funções, algumas empresas não contratam e/ou demitem idosos por acreditarem que, por conta da idade, muitas vezes, avançada, a atividade cognitiva e motoras deles podem ser afetadas. Outrossim, por conta da incerteza de aquisição da aposentadoria, uma alternativa viável para reverter essa situação seria o investimento na previdência privada. Porém, o salário do trabalhador seria afetado, visto que, ao investir em um plano de aposentadoria privado, uma parte do salário ficaria comprometido para esse fim e a contribuição com o INSS não cessaria, isto é, mesmo se o contribuinte não for utilizar a aposentadoria pública, ele continuaria contribuindo o que iria interferir, como consequência, na renda mensal do trabalhador. Em suma, é notório que a reforma da previdência gerou polêmica na sociedade por causa de determinadas propostas que afetaria, negativamente, toda a população. Logo, antes de mais nada, é necessária uma revisão nas contas do setor previdenciário para verificar a imprescindibilidade dessa reforma como a única alternativa viável para contornar os problemas referentes ao déficit das contas da união. Ademais, a polícia federal, ao delegar aos condenados à pena , exigir, dos políticos e empresários envolvidos com os casos de corrupção, a devolução do dinheiro público desviado e utilizar esse recurso resgatado em diversos setores sociais, incluindo o previdenciário. Por fim, é necessário, também, que ocorra uma união entre os governos estaduais e federal para a revisão nos processos de aposentadoria por invalidez pois, em alguns casos, indivíduos aproveitam-se desse serviço em benefício próprio mesmo que não necessite. Com isso, os problemas referentes à crise da previdência poderá sr amenizado sem a obrigatoriedade da aprovação da reforma nesse setor social garantindo, dessa forma, os direitos dos cidadãos.