Na sociedade vigente, muito se discute sobre o projeto que propõe a reforma previdenciária, justificada pela atual crise econômica e crescimento da população improdutiva. Entretanto, mesmo que uma reforma seja necessária, a proposição de fixar a idade mínima em 65 anos e aumentar 10 anos de contribuição parece ser falha e prejudicial, sobretudo, à camada mais pobre da sociedade. O atual sistema previdenciário tem regras diferentes para os setores privado e público. Segundo a legislação brasileira, enquanto o primeiro contribui por 30 anos e recebe 30% do último salário, a esfera pública continua recebendo o mesmo valor do derradeiro pagamento integralmente. De acordo com o livro Carregando o Elefante – de dois economistas brasileiros – este setor gera um deficit anual de 39 bilhões na economia. Logo, o aumento da idade e tempo de contribuição seria insuficiente se mantida a divisão atual do sistema. Outrossim, na esfera pública há uma série de brechas que prejudicam o setor privado. É comum ver, por exemplo, no âmbito estatal a presença de beneficiados-fantasmas, isto é, que recebem dos dois sistemas da previdência. Do mesmo modo, existe uma pensão para as filhas de militares falecidos, até que se casem. No fim, a esfera privada tem de arcar com esses gastos e agora trabalhar mais para manter a previdência existindo. Portanto, a reforma previdenciária precisa ser feita, visto que a quantidade de idosos está crescendo. No entanto, da maneira proposta, os problemas só são amenizados . Assim, em primeiro lugar é necessário recalcular os benefícios do setor público para que depois seja possível dar a oportunidade de escolha ao cidadão entre poupar por si só ou contratar um plano de previdência privado.