A Previdência Social oferece proteção contra diversos riscos econômicos, os trabalhadores pagam impostos que são convertidos em benefícios, esse sistema já foi responsável pela redução de 50% do Gini do país. Com a queda de natalidade e mortalidade criou-se um déficit acompanhado da necessidade de uma reforma, que já foi proposta pelo governo atual, entretanto, a população não foi incluída no debate. Com o discurso de diminuir esse déficit, a idade mínima para se aposentar seria de 65 anos para ambos os sexos, contudo, não é ponderada a jornada dupla da mulher que segundo o IBGE, são responsáveis por mais do dobro dos afazeres domésticos sendo uma medida sem cabimento. Além disso, em cidades do Norte, Nordeste e periferias de São Paulo, a expectativa de vida é de 65 anos, conforme relata o jornal EL País. Outra mudança proposta é o tempo necessário de contribuição para se aposentar que aumentaria para 49 anos, onde o período de desemprego não seria contabilizado como colaboração. Considerando a grande rotatividade do trabalho informal no país e as recessões naturais do sistema capitalista, a maior parte da população teria dificuldade de completar a quantidade de anos estabelecidos. Enquanto isso, incentivos fiscais bilionários são concedidos a grandes empresas que formam oligopólios e deixam as pequenas e médias empresas estagnadas, consequentemente, a economia como um todo. Outrossim, de acordo com pesquisa realizada pela ONU, o Brasil é o segundo país no mundo que mais gasta para sustentar o governo, incluindo salários, privilégios e aposentadoria. Portanto, percebe-se que a reforma da Previdência é inevitável, todavia, deve ter medidas justas para todas as parcelas da sociedade. Como as propostas governamentais ferem os direitos dos cidadãos, é cabível outra alternativa, os incentivos fiscais devem ser concedidos a pequenas e médias empresas que por serem menos mecanizadas, geram mais empregos e diminuem a rotatividade. Ademais, o Governo Federal, com a implementação de um modelo de capitalização diferente, onde o trabalhador contribuiria para o fundo e ao final, receberia seu próprio dinheiro, tornaria o sistema mais justo, considerando a maior capacidade de contribuição após o aumento da empregabilidade.