Após o fim da 2º Revolução Industrial, uma série de mudanças em todo o mundo se iniciou. Os investimentos em tecnologias voltadas para a área de higiene, saúde e melhorias no ambiente de trabalho cresceram consideravelmente, provocando assim, um crescimento na expectativa de vida. Segundo dados do IBGE, hoje a população brasileira vive em média 75,5 anos. No entanto, tal crescimento evidenciou a falta de habilidade do país em planejar a longo prazo os gastos com a previdência social e hoje a mesma enfrenta uma possível crise. Segundo anúncio do atual presidente da república, atualmente o sistema previdenciário brasileiro não tem conseguido arrecadar contribuições suficientes para sustentar o grande número de aposentados existentes, ocasionando assim, um rombo na previdência. A solução por ele apresentada seria implantar com urgência a chamada “Reforma da Previdência”, tal reforma consiste na mudança de algumas regras, dentre elas, o tempo mínimo de contribuição necessários para que o trabalhador possa se aposentar. A idade mínima necessária passaria a ser 65 anos para ambos os sexos, no qual, 25 anos deveriam ser de contribuição. No entanto, ao realizarmos um estudo aprofundado sobre o funcionamento da previdência é possível perceber que a mesma está inclusa em um sistema bem maior, o da Seguridade Social, que hoje possui um alto superávit e arrecada dezenas de bilhões de reais. Segundo a OAB, pode-se classificar tal medida como totalmente abusiva e mentirosa, cuja real intenção é tornar mais fácil a retirada de recursos dessas áreas para pagamento de juros de dívida pública. Ainda segundo a OAB, tais retiradas nunca foram auditadas, como manda a constituição. Inúmeras são as consequências negativas que a Reforma Previdenciária irá trazer, dentre elas, a diminuição no valor da aposentadoria por morte, precarização da aposentadoria do trabalhador rural, fim da aposentadoria dos professores, e principalmente, regras inalcançáveis para trabalhadores expostos a agentes insalubres e a necessidade de tão longos anos de contribuição que, talvez, grande parte da população venha a falecer antes mesmo de se aposentar. Torna-se necessário o despertar da população para ir em buscas de seus direitos. O passo inicial deverá ser a exigência da total divulgação por parte do governo das receitas da Seguridade Social. A tramitação da PEC 287/2016 deve ser totalmente suspensa do Congresso Nacional até que audiências públicas sejam realizadas com representantes da população e do governo, para que assim, juntos possam analisar os impactos que tal medida irá causar na classe trabalhadora e nos cofres públicos e chegar a um consenso favorável para ambos os lados.