A reforma da previdência social debatida no Brasil carrega a ideia filosófica de Karl Marx sobre o trabalho: “Todo o tempo disponível do homem é para o trabalho e sua vida pertence apenas para valorizar capital financeiro”. Tal associação decorre da incoerência desta alteração, pois irá reduzir a qualidade de vida da população idosa e, também, reduzirá o desenvolvimento do país. Pelo fato da carga horária de trabalho no Brasil ser de 40 horas semanais, submetendo o trabalhador ao cansaço, pressão psicológica, esforço físico, entre outros fatores, sua qualidade de vida já é reduzida diariamente. E a contribuição até os 65 anos de idade para obter aposentadoria permitirá pouco tempo de tranquilidade e benefício ao aposentado, pois a expectativa de vida no Brasil é de 75 anos, em média, segundo dados do IBGE. Isto demonstra a irracionalidade de tal alteração constitucional. Além disso, a reforma também é incoerente por buscar desenvolvimento social e econômico para o país. Sendo a base para o progresso socioeconômico de uma sociedade a educação, uma pessoa perpassa por 20 anos, no mínimo, para alcançar uma graduação de seu interesse, porém para se aposentar com 100% do benefício, esse trabalhador deve ter prestado 49 anos de serviço. Então, para aposentar-se com 65 anos necessita começar a trabalhar aos 16 anos de idade. Tal fato demonstra a incompatibilidade do tempo de uma pessoa para estudar e trabalhar. É notório, portanto, que a alteração previdenciária em questão no Brasil é inadequada para fornecer qualidade de vida e uma elevação socioeconômica do país. Sendo assim, o caminho para solucionar a crise da previdência é investir em educação profissional associada ao fornecimento de emprego com carga horária flexível para jovens, permitindo assim sua qualificação e contribuição tributária. Além disso, deve-se permanecer com as idades mínimas de aposentadoria para garantir a qualidade de vida da população. Dessa forma, gradativamente alcançaremos a redução do déficit das contas públicas.