Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão. Sob esse aspecto, convêm analisarmos as principais consequências da reforma previdenciária em questão no país. A vida é bela, frágil, algumas vezes longa, esta é a forma como o cineasta Michael Haneke propala a temática do envelhecimento em seu longa metragem: Amour. Desse modo, é importante termos um olhar atento a esta parte da sociedade, uma vez que podem ter seus direitos , conquistado na constituição de 1988, afetados.Segundo dados do IBGE, a população idoso vai triplicar entre 2010 e 2050. Este aumento implicará em mudanças profundas no tocante às políticas sociais como as da previdência. Tendo em vista a necessidade de uma alternativa ao problema tramita no congresso a possibilidade de uma reforma, que prevê ,entre outros aspectos, o aumento do tempo de contribuição e idade mínima para obter o gozo do benefício.De acordo com dados do SPC Brasil, cerca de 47% dos entrevistados são contra reforma, pois, atenta contra a dignidade do ser humano. O governo foca na redução das aposentadorias, restrição de pensões e estrangulamento da assistência social para idosos, deficientes e trabalhadores rurais, sob o discurso de que há um déficit nas contas públicas. Não obstante, para o presidente da Associação Nacional de Auditores Fiscais (ANFIP) Vilson Antônio Romério, que considera a previdência como parte da Seguridade Social, não há déficit na arrecadação das fontes de custeio. O que ocorre, portanto, é a empregabilidade desses recursos para outros fins, por exemplo: o pagamento da dívida pública. Em 2060, a expectativa da população economicamente ativa cairá de 140 para 130 milhões aponta o IBGE, haja vista um modelo de aposentadoria onde a influência ao trabalho informal se tornará mais evidente. Afinal, contribuir por tanto tempo, 49 anos para obter 100% do benefício, não é atrativo. Em vista disso, envelhecer não é o problema, mas, sim, rever as prioridades nos gastos públicos. Necessário é, que haja o fim das políticas de desoneração fiscais das grandes corporações por parte do governo. Os empresários do agronegócio, por sua vez, devem contribuir mais sobre a arrecadação de impostos, visto que, são um dos setores que mais crescem no país. Por fim, cabe ao congresso garantir, por meio de leis, a aposentadoria integral dos servidores sem exclusão de benefícios, assim, o direito à vida digna, agradece.