A Reforma da Previdência aumenta o tempo de contribuição e diminui o tempo de benefício para os trabalhadores. A expectativa de vida brasileira onde há maior qualidade de vida gira em torno de 75-79 anos. Em alguns estados, com condições mais precárias, esta chega só até aos 70. Impondo essa Reforma, muitas pessoas morreriam antes mesmo de se aposentar, ou seriam aposentadas por muito pouco tempo. Uma das justificativas para que esta aconteça é a próxima e iminente inexistência de uma jornada dupla para as mulheres, que não teriam motivos para ficarem mais cansadas e serem beneficiadas antecipadamente aos homens. Porém, a unificação das idades mínimas para homens e mulheres se aposentarem também é questionável. Por mais que a inclusão da mulher no mercado de trabalho e divisão do trabalho da casa venham sendo feitas, para muitas brasileiras, a realidade é que sua função em casa, para sua família, ainda não é totalmente dividida com o homem. Outra das principais alegações para esta reforma é o déficit, que claramente é um problema. Mas não um grande suficiente para que não possa ter suas causas analisadas e resolvidas. O fator da mudança demográfica, com o envelhecimento da população, afeta o sistema, mas não é o único. Há um mecanismo chamado DRU (Desvinculação das Receitas da União) que permite que os bens reservados para o setor tenham 20% de sua parte para uso livre. Há também o fato de que empresas sonegam e não repassam o dinheiro ao INSS, um dinheiro que é maior que o déficit. Com mudanças para melhor gestão dos bens, por exemplo, não permitindo que a DRU atuasse sobre o reservado para o INSS, garantindo a fiscalização eficiente sobre a contribuição das empresas e realocando investimentos de áreas não tão necessárias no momento, o déficit poderia vir a diminuir muito ou nem existir mais. É insensato realizar uma mudança tão drástica sem antes considerar opções.