È inegavel o fato de que, após o Governo Federal ter anunciado a Reforma da Previdência, milhares de brasileiros sentiram que seus direitos individuais estavam sendo violados. Tal realidade reveste-se de um paradoxo e para entende-là, hão de ser analisados alguns aspectos desse projeto, tanto os positivos quanto os negativos.    Em uma primeira abordagem, è importante sinalizar que as novas medidas tomadas pelo Governo, como forma de manter a previdência, contribui muito para a ordem e o progresso econômico do país. Isso porque, nas últimas décadas, a população brasileira envelheceu gradativamente, porém a taxa de fecundidade do país não acompanhou esse fenômeno demográfico. Dessa forma, o número de contribuintes para a previdência manteve-se menor do que o de aposentados, logo essa discordância entre as duas partes gerou déficits na economia e fez propício o surgimento da Reforma da Previdência, pois sabemos que com a demografia e a matemática nenhuma ideologia pode fazer nada, salvo mudar o sitema.      Em uma análise mais aprofundada, devem ser considerados os reflexos dessa proposta na vida dos trabalhadores brasileiros. Isto é importante, visto que muitos pontos dessa emenda não condizem com a realidade dos trabalhadores brasileiros, sobretudo com a das mulheres. Assim sendo, estas não conseguem acumular os anos de contribuição estabelecidos pela reforma, pois em virtude da divisão sexual do trabalho, muitas ingressam tarde no mercado formal. Da mesma forma, os homens também enfrentam dificuldades para aceitar estas propostas do governo, dado que eles tendem a conviver com um mercado de trabalho precário e com muita rotatividade, impossibilitando-os de receberem plena aposentaria.      Torna-se evidente, portanto, que a Reforma da Previdência apresenta dois pontos de vista divergentes que presisam ser analisados em prol do bem-estar social. Para tanto, o Governo terá que optar pela privatização da previdência, na qual as contribuições de cada trabalhador serão controladas pelo próprio contribuinte, com o auxílio de uma instituição financeira, em uma conta de investimentos. Ademais, a sociedade deverá se organizar de modo a propor debates com parlamentares e senadores, objetivando acertar as diversas discrepâncias das propostas atuais, para que, desta forma, o progresso seja tanto econômico como social.