Nos últimos anos, o Brasil vem passando por dificuldades para manter de forma homogênea suas contas. Exemplo disso é o déficit nas contas do INSS que já acumula um rombo estimado em R$ 181,2 bilhões em 2017. Segundo o governo, uma solução possível seria a reforma da previdência que propõe alterações no tempo mínimo de contribuição, além de mudanças na forma de cálculo para receber o benefício, entre outras mudanças importantes. No modelo atual, a idade mínima para se aposentar no Brasil é de 60 anos para homens e 55 para mulheres. Com a reforma, essa defasagem deixaria de existir, assim as idades saltariam para 65 anos tanto para os homens quanto para as mulheres. Isso exigiria não só um tempo maior de contribuição, mas também prolongaria a vida ativa do trabalhador brasileiro, o que pode influenciar de forma significativa na qualidade de vida dessas pessoas. É notória a necessidade de uma reforma na previdência com o propósito de continuar proporcionando ao trabalhador os benefícios de uma aposentadoria tranquila, entretanto, essa reforma precisa levar em consideração não só o tempo mínimo de contribuição como também o tempo que o contribuinte terá para efetivamente aproveitar seu descanso merecido. Além disso, a reforma também propõe alterações na forma de contribuição. Essas mudanças pressionariam o trabalhador a contribuir por mais tempo com o objetivo de melhorar o benefício a receber. Assim, o contribuinte que desejar receber 100% do benefício teria que contribuir 49 anos, dedicando a maior parte da vida a contribuição sem a certeza de uma aposentadoria integral e sem burocracias. O momento em que a reforma é apresentada a sociedade é, sem dúvidas, um fator importante para a aprovação dessa proposta, tendo em vista as dificuldades financeiras do país, mas o modelo de reforma apresentado também revela a falta de competência na gestão dos recursos públicos, pois a situação vivida atualmente poderia ter sido evitada em gestões anteriores com planejamento e trabalhos preventivos. A reforma da previdência proposta pelo governo além de necessária é viável, desde que discutida, estudada e questionada não só por especialistas e políticos, mas também pelos maiores interessados no assunto que são os trabalhadores. E essas mudanças devem levar em consideração que as pessoas não são imortais e não podem oferecer ao Estado uma produtividade eficiente e eficaz durante toda a sua vida. Com isso, o governo deve repensar o aumento no tempo de contribuição e buscar formas de transformar desperdício de recursos em aplicações paralelas nas contas dos contribuintes.