Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa, as ações participativas aumentaram expressivamente na sociedades mundiais. Dessa forma, é comum e até mesmo essencial que a população opine sobre assuntos que a afetarão de forma extensa, como a Reforma da Previdência. Primeiramente, é importante entender que a Reforma da Previdência é necessária, pois o Brasil está passando por um processo de rápido envelhecimento populacional, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, do número total de brasileiros, 17% são aposentados, podendo dobrar esse número até 2025 de acordo com o IBGE, causando um déficit previdenciário ainda maior. Entretanto, a proposta do Governo para a Reforma foi embasada na política dos países membros da OCDE, ou Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, na qual a idade mínima para a aposentadoria é de sessenta e cinco anos. Contudo, a expectativa de vida nesses países é de aproximadamente oitenta e um anos, enquanto no Brasil é de setenta e cinco. E de acordo com uma pesquisa feita pela ONU, no Brasil uma pessoa vive aproximadamente até os sessenta e seis anos até que uma doença que pode evoluir o atinja. Isso revela que se uma pessoa se aposentar aos sessenta e cinco anos, ela terá um ano para usufruir de um direito que ela passou muito tempo conquistando. Portanto, vê-se que a Reforma Previdenciária é necessária, mas não de acordo com o modelo proposto, uma vez que o Brasil não tem estrutura para tal. Desse modo, aumentar a idade mínima não será o melhor para a população e, sim, gradualmente ir facultando a previdência. A curto prazo, manter o sistema atual para que os que estão em transição consigam se aposentar. A longo prazo, facultar a previdência faria com que cada brasileiro se preparasse para a aposentadoria à sua maneira, cabendo ao governo apenas uma ajuda aos idosos de baixa renda que não conseguiram durante a sua vida de trabalho juntar o suficiente para se manter após se aposentar. Segundo Clement Attlee, a democracia não é somente a lei da maioria, e sim a lei da maioria respeitando o direito das minorias. Dessa forma, uma reforma eficaz será aquela que, dando autonomia à população, consiga atender a maioria sem deixar desfalecer aqueles que nunca conseguirem atingir um patamar financeiro estável.