Título da redação:

A questão da reforma previdenciária no Brasil.

Tema de redação: A reforma previdenciária em questão no Brasil

Redação enviada em 04/04/2017

A questão da reforma previdenciária no Brasil divide opiniões e revela uma dicotomia semelhante à encontrada na França, no período pré-revolucionário. Quando, ao convocar a Assembleia dos Estados gerais, o rei tinha à sua direita seus apoiadores: clero e nobreza. E, à sua esquerda, o terceiro Estado, contrário à proposta que sobrecarregaria-os tributariamente. Voltando ao Brasil do século XXI, a discussão continua polarizada, mas não é tão simples e reducionista como parece. Manifestações de diversos gêneros contrárias à reforma vêm ocorrendo pelo país, mas há também quem aplauda a PEC e deseje sua aprovação. Pondo posições políticas de lado e partindo de que: existe um rombo de 150 bilhões, que aumenta anualmente, pois a estrutura de funcionamento da previdência propicia isso. Em suma: os aposentados atuais recebem o dinheiro dos contribuintes, numa espécie de pirâmide, pelo menos teoricamente. Para que esse mecanismo funcione, o número de trabalhadores em idade ativa deve ser suficiente para garantir o benefício dos aposentados. Só que com os efeitos do ''‘boom’'' demográfico que o Brasil passa, a expectativa de vida aumentou e o desemprego também, em decorrência da crise, isso somado à inserção das mulheres no mercado de trabalho que diminui a natalidade, faz com que essa pirâmide desmorone, deixando como rastro um rombo crescente. Uma saída é a reforma proposta pelo atual presidente Michel Temer, que se mostrou muito dura e estabelece, por exemplo, uma idade mínima para a aposentadoria, o que a faz alvo de diversas críticas. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Visto que essa rigidez da PEC é uma estratégia para não flexibilizá-la tanto ao ser posta em pauta, certamente o produto final será mais democrático. Se houvesse outra solução, provavelmente, essa acalentaria os ânimos da sociedade, que por sinal está bem desinformada, dizendo de forma ampla. Por isso, levar a real faceta do quadro econômico desastroso em que o país está inserido àqueles que reproduzem discursos falaciosos, pode trazer mais apoio à reforma e tornar sua, inevitável, aprovação menos dolorosa.