Título da redação:

O TRABALHO INFANTIL QUE NÃO SE VÊ.

Tema de redação: A realidade do trabalho infantil no Brasil

Redação enviada em 27/02/2016

Muito se discute a respeito do trabalho infantil e os efeitos dessa prática ilegal tanto para quem sofre a ação quanto para a sociedade que a detém, entretanto, nem sempre esta forma de trabalho é tão explícita quanto parece. Ao pensar sobre trabalho infantil é instantâneo imaginar os pequenos em carvoarias, mendigando nas grandes metrópoles, ajudando nas lavouras familiares ou demais formas de trabalho com riscos ocupacionais. O trabalho infantil ao longo dos anos vem caindo -isto é uma realidade louvável-mas se faz necessário observar que a infância vem diminuindo, as exigências feitas a uma criança ou adolescente vem tomando proporções diferentes, equiparando-as às exigências feitas para adultos. Uma forma de trabalho infantil que não se vê pode ser observado, por exemplo, na indústria do futebol. Se por um lado temos uma criança cheia de sonhos e expectativas querendo trilhar uma carreira de sucesso no esporte, por outro temos alguns casos de pais que querem se beneficiar disso, rotinas de treino semelhantes a de um jogador adulto, cobranças, seleções, contratos e níveis de estresse muito semelhantes ao que se vê no esporte adulto. Quando se fala de trabalho infantil soa que a questão física de uma criança é a única razão pela qual se deve demonstrar alguma preocupação. Ainda que se tenham horários preestabelecidos antagônicos aos horários de aula, submeter uma criança à uma exigência de condição psicológica semelhante a de um adulto também é algo que pode prejudicar a sua condição de pessoa em desenvolvimento. Cabe tanto ao governo quanto à sociedade a função de atuar como agentes reguladores de abusos não só da indústria do futebol como também a fonográfica, a cênica e demais áreas que confundem os sonhos de uma criança com uma oportunidade comercial.