Levantar de madrugada, trabalhar durante o dia e voltar para casa sem nenhuma recompensa financeira por todo esforço realizado. Essa é a realidade vivenciada por milhares de crianças (entre 5 a 12 anos) no Brasil, em pleno século XXI. E apesar de ser evidente a redução na quantidade de crianças exploradas por meio do trabalho infantil na ultima década (-30%), os números continuam altos (4,8 milhões), ratificando a necessidade de uma intervenção estatal e social a favor do direito à infância. A pobreza, a fome e a falta de fiscalização no campo são as principais causas dos pais submeterem os próprios filhos ao trabalho infantil. E é possível observar que ou os adultos saem para trabalhar e deixam os serviços domésticos sob a responsabilidade dos menores, ou levam as crianças para realizarem o trabalho pesado juntamente com eles. E as duas formas estão erradas. Porque além de ferir o direito à infância, o trabalho infantil acarreta problemas na saúde e no desenvolvimento corporal, e também estabiliza a economia do país. Visto que desde a terceira revolução industrial no século XX, o modelo econômico que prevalece no mundo é o técnico-científico-informacional. E dessa forma, para uma pessoa ascender socialmente, a informação e a educação são previamente exigidas, e o trabalho infantil limita a visão de mundo que vai acompanhar a indivíduo por toda vida. E por meio desse ponto de vista, é possível observar que a infância é um período primordial para o desenvolvimento social, corporal e educacional. E por isso a Declaração dos Direitos Humanos, proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU), viu a necessidade de afirma que a população infantil tem o direito a um serviço especial. E O Brasil proporciona esse direito universal através do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece leis contra o abuso físico e social desse público. Contudo, Leis não são suficientes para erradicar o trabalho infantil, é preciso que o ECA aumente a divulgação das consequências do trabalho no período da infância, por meio da comunicação em massa, e juntamente com a sociedade, façam a fiscalização dessa exploração. E por consequência, a infância e o prazer dessa época da vida, sejam um direito garantido a todos os brasileiros.