Título da redação:

Abecedário

Tema de redação: A realidade do trabalho infantil no Brasil

Redação enviada em 26/10/2017

''Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma''. O conceito do químico Lavoisier é certeiro se comparado à presença do trabalho infantil ao longo dos séculos, por evidenciar, então, não se tratar de uma novidade. Afinal, assim como na Inglaterra com a primeira revolução industrial, o trabalho infantil no Brasil também se deve pela desigualdade social, falta de direitos e a natural passividade das crianças, ao passo em que é perdido o período fundamental de crescimento e aprendizado agravando as disparidades e desarmonias sociais. É preciso considerar, antes de tudo, a presença da exploração das crianças para o trabalho no Brasil fruto de desigualdades propagadas por políticos ineficientes e governantes omissos. Se as crianças inglesas trabalhavam na indústria, riqueza de seu país naquela época, no Brasil, nessa mesma dinâmica, esse problema se concentra majoritariamente no campo. Desse modo, a longa dependência e o jogo de interesses do setor agropecuário impediu, por exemplo, a chegada ao campo das CLT - leis trabalhistas- de Vargas, o qual dizia não mexer nas sagradas relações desse meio. Assim, a presença de mais de 3,7 milhões de crianças nos últimos anos no trabalho expressam a desigualdade campo-cidade, e é justificada pela necessidade de sustento familiar e ausência de equidade. Em paralelo, a falta de fiscalização e a manipulação dos pequenos as distancia de escolas enquanto as expõem a riscos. De acordo com o filósofo Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele e , nesse sentido, o afastamento desse meio é danoso e impacta de forma permanente. Assim, uma vez privadas de aprendizado e crescimento, terão como consequências a dificuldade de futura inserção desses indivíduos no mercado de trabalho, além do analfabetismo e desconhecimento de cidadania característicos desses casos. Torna-se evidente, portanto, a necessidade do debate e combate acerca do trabalho infantil. Para isso, a amalgama entre Governo e Mídia deve fomentar por meio de propagandas e debates, além de subsídios, a fiscalização e denúncia dos abusos, além da presença de escolas em regiões mais afastadas, a fim de promover mais justiça e equidade por meio do conhecimento de cidadania e direitos das crianças, para que de acordo com o estatuto da criança e do adolescente, todos tenham acesso à educação e à escola.