Título da redação:

Abalando as estruturas

Tema de redação: A realidade do trabalho infantil no Brasil

Redação enviada em 11/03/2016

Uma boa administração é capaz de quebrar ciclos viciosos, nefastos e transforma-los em ciclos de oportunidade. Famílias de baixa renda são, muitas vezes, obrigadas a entregar a infância de sua prole aos desagrados do trabalho mal remunerado, quando o é, e por varias vezes inapropriado à experiência do indivíduo. O Brasil proíbe, por lei, trabalho a menores de quatorze anos, admitindo-se a cima desta no caso de menor aprendiz. Mas é importante que não se tire dos jovens a oportunidade de trabalhar, mas que se garanta trabalho onde a completude física e psicológica o permita. Desde o período colonial as classes menos favorecidas ofertaram mão de obra infantil para as classes mais abastadas, geralmente pelos filhos de escravos. Séculos mais tarde seriam os filhos dos desempregados ou subempregados a fonte de tal mão de obra. Apesar da redução, cerca de 40% na ultima década, segundo IBGE, ainda existem cerca de 3,7 milhões de trabalhadores infantis. Porem, há quem argumente que o fato de que adolescentes trabalhando não seja algo ruim por si só. Acreditam que esta situação social pode sim ser revertida em uma oportunidade pessoal. Que através de programas políticos e sociais possa se quebrar a base do problema, falta de formação. O programa PETI (programa de erradicação do trabalho infantil) chegou a atender 1,2 milhos de crianças abaixo dos 14 anos, em 2007, segundo PNDA. No mesmo ano outros 3,5 milhões de jovem, com 14 ate 18 anos ficaram carentes de atendimento, em condições de vulnerabilidade no trabalho. Políticas mais abrangentes devem ser criadas, devem alcançar justamente a faixa etária que, por lei, pode se beneficiar do trabalho. A lei do menor aprendiz pode ser melhorada, dando incentivo , através de deduções tributarias para que empresas deem bolsas em escolas técnicas e profissionalizantes aos seus aprendizes. Que as próprias escolas sejam fiscalmente incentivadas a receber jovens trabalhadores em suas classes. Nessa perspectiva, deve-se buscar não apenas o fim do trabalho de jovens e adolescentes, deve-se acabar com o trabalho inapropriado para estes e, principalmente, transforma-lo na maior oportunidade de ascensão pessoal e social que as famílias de baixa renda possa dar aos seus filhos.