No Brasil, ainda é numerosa a quantidade de crianças e adolescentes que se submetem a intensas jornadas de trabalho, muitas vezes, de forma insalubre, perigosa e exploratória. Entretanto, essa situação, na maioria das vezes, torna-se pior, pois grande parte desse jovens deixam de frequentar a escola. Com isso, viram reféns de um futuro incerto e sem perspectiva de uma vida melhor. A desigualdade social e a má qualidade das escolas públicas são alguns fatores preponderantes para que o trabalho infantil ainda seja um grande problema social a ser enfrentado. Apesar de estar inserido no BRIC’S, ou seja, ser classificado com um dos países em desenvolvimento, no Brasil ainda há um grande número de famílias que vivem em condições de pobreza e miséria consideráveis. Diante disso, muitas crianças e adolescentes são obrigadas, pelos pais, a trabalhar para ajudar no orçamento da família. Devido a pouca idade que possuem e à ausência de qualificação profissional, a maioria dos trabalhos realizados por tais indivíduos são insalubres e de caráter exploratório, como alguns que exigem esforços físicos intensos, movimentos repetitivos e abuso físico e psicológico. Contudo, no caso das meninas a situação pode ser ainda mais preocupante, pois muitas são exploradas sexualmente e, assim, estão suscetíveis a diversos tipos de violência e traumas. Assim, por realizarem tais tarefas, por não terem uma estrutura familiar que os incentive ao estudo e a má estrutura das escolas, grande parte dos jovens abandonam as escolas. A falta de investimentos na educação é outro fator que agrava vários problemas na sociedade, e entre eles está incluso o trabalho infantil. Não há na maioria das escolas públicas uma estrutura, como bibliotecas e laboratórios de informática e de ciências, que colabore para uma melhor aprendizagem e um ambiente que recepcione o aluno de forma que ele sinta-se confiante e esperançoso de ali, naquela escola, ele irá conseguir um futuro melhor para sua vida. Assim, a má qualidade das escolas faz com que os pais e até os próprios alunos tenham a percepção de que a escola não agrega ou oferece poucas perspectivas de melhores condições de vida, aumentando a possibilidade de abandono e, posteriormente, o ingresso desses ex-alunos em qualquer trabalho que traga algum retorno financeiro. Desse modo, é necessário que o Governo invista mais para melhorar a estrutura das escolas e, assim, proporcione melhores condições para o aprendizado e crie melhores perspectivas de vida para os alunos. Além disso, é necessário a criação de políticas públicas que visem o acompanhamento das famílias que possuem crianças e adolescentes, por profissionais, como psicólogos e psicopedagogos, para criar um elo maior entre família e escola e, assim, possam criar um ambiente satisfatório para a diminuição da evasão escolar para a realização de trabalhos.