Tristeza por longos períodos, choro frequente, episódios de irritabilidade e autocrítica em excesso. Esses são alguns dos típicos sintomas de um fenômeno cada vez mais comum na sociedade brasileira: o suicídio. Essa é uma questão que, muitas vezes, passa imperceptível aos nossos olhos denunciando que ainda existem obstáculos no combate desse problema, entre eles o baixo conhecimento popular sobre transtornos mentais e falta de suporte psicoterápico ao paciente e seus familiares. A prática do suicídio tem crescido no mundo. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde, 800 mil pessoas tiram suas próprias vidas todos os anos sendo que parte das vítimas são jovens. No Brasil, a taxa de suicídio entre brasileiros de 15 a 29 anos cresceu em torno de 40% nos últimos 10 anos. Esses números demonstram que esse problema ainda é visto com um certo preconceito. Isso se deve ao fato que a população não possui esclarecimentos sobre doenças que comprometem a saúde mental. Quanto mais as pessoas conhecem depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia etc, maior são as chances de procurar atendimento especializado. Além disso, é fundamental que encontrem essa ajuda quando procurarem. O suicídio ainda não é reconhecido como uma questão de saúde pública no Brasil. Por esse motivo, a população mais pobre não tem a quem recorrer, pois existe uma baixa disponibilidade de psicólogos e psiquiatras nos hospitais públicos. Quem precisa desse suporte acaba sendo obrigado a se submeter a alta burocracia do sistema privado. Portanto, é preciso elaborar meios de superação desse impasse. Para isso o Ministério da Saúde poderia elaborar cartilhas de conscientização para serem distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde, ampliar o número de especialistas nessas unidades e nos Centros de Referência de Assistência Social além de prestar assistência aos familiares por meio de conversas com assistentes sociais. Assim, por meio dessas iniciativas, a vida de milhares de pessoas seriam resgatadas e preservadas.