No Brasil, o suicídio é visto como mera conduta que possui mínima visibilidade na mídia. Em função disso, na maioria das situações, tal ato ocorre sem que haja a repercussão devida e, consequentemente, esse problema fica à margem das discussões políticas engendrando na perpetuação constante de casos considerados pela imprensa como isolados. Entretanto, conforme Durkheim, na teorização do fato social, o suicídio é elemento de todas as sociedades e, em sua análise acerca do tema, busca encontrar fatores que implicam o suicídio por escolhas do indivíduo o qual faz parte da sociedade. Cabe, de início, vislumbrar qual o motivo da ínfima aparência na mídia do suicídio, visto que o aumento da tendência de exposição de notícias e reportagens, pelos meios de comunicação sobre o tema, propiciaria substancial influência nas classes políticas detentoras dos mecanismos para efetivar políticas públicas e estimular o senso comum a debater o problema. No entanto, observa-se que a mínima divulgação dos casos de suicídio, que quando noticiados ganham características de fatos isolados, é ocasionada por fatores específicos dos meios de comunicação, como exemplo: falta de notoriedade do suicídio perante a sociedade, haja vista a cultura social brasileira, religiosa ou não, de tratar o problema alheio à sua realidade e como uma escolha indigna do indivíduo que não merece atenção popular. Ademais, a opção de deliberar pelo ato de suicidar-se é tida como fim, o qual encerra a discussão sobre assunto, porém, ressalta-se a negligência de se analisar quais motivos deram suporte à escolha do indivíduo, ou seja, por que essas pessoas optam por ceifar a própria vida. A explicação pode estar relacionada à falta de estrutura da sociedade, o mal do século (doenças mentais: depressão) e outros fatores. Nesse sentido, Durkheim, visualiza tal conduta como decorrente do fato social que integra a sociedade como um todo. Suicídio trata-se de uma problemática social que deve obter atenção de diversos segmentos do arranjo social. Dessa forma, fazem-se necessárias políticas públicas no intuito de orientar a sociedade acerca do suicídio, quer por meio de campanhas publicitárias, quer por assistência de instituições de saúde. Além disso, o suicídio deve ser tratado como questão social para que haja a compreensão de que qualquer cidadão está sujeito a esse problema, que pode ser minimizado com conscientização da população de que o suicídio não é somente responsabilidade do indivíduo, mas da sociedade.