Encetado na Grécia Antiga, os primeiros debates sobre suicídios surgiram com o intuito de identificar as principais causas que levam um ser humano a tirar sua própria vida. Todavia, tal tema encontra-se em voga no Brasil, acometendo milhares de cidadãos, anualmente, fazendo com que surja a necessidade de mitigar esses casos por meio do controle emocional das pessoas. Primeiramente, é importante ressaltar que o autocídio é a última tentativa de supostamente as pessoas se livrarem do sofrimento. Nessa conjuntura, o filósofo Mario Sérgio Cortella diz: “Suicídio é solução definitiva para o problema passageiro”. Por conseguinte, o óbito é apenas a falsa ilusão de consertar as intempéries vivenciadas durante a vida, sendo reflexos do vazio emocional presente em parte dos seres humanos, na hodiernidade, mormente os idosos, os quais configuram os maiores índices de casos segundo dados da revista O Globo. Dessa forma, é verossímil que o crescente número de ocorrências com eles é decorrente do abandono por diversas famílias, que optam, muitas vezes, por colocá-los em asilos. Assim sendo, a falta de perspectiva de vida atrelada às dores constantes, facilitam o surgimento desses atos. Nesse âmbito, a depressão e a solidão são as principais causas que fomentam o suicídio. Em virtude disso, a Revolução-Técnico-científica-informacional encetada na década de 70 fortaleceu a fluidez humana e o individualismo, tornando as famílias mais afastadas em virtude do exponencial crescimento da tecnologia. Para retratar essa mudança, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, por meio de sua obra “Modernidade Líquida”, corroborou sua ideia de afastamento dos seres humanos, fazendo com que não haja mais vínculos afetivos diários em muitas famílias por causa, principalmente, dos celulares. Logo, as pessoas que se sentem excluídas e estão afetadas psicologicamente, em geral agravam seus casos em virtude da falta de união familiar. Faz-se necessário pautar, ainda, que a escola possui uma função importante de integrar um indivíduo na sociedade, facilitando sua socialização. Por intermédio dos esportes, por exemplo, podem ser criadas amizades, as quais estimulam positivamente a psique humana, uma vez que, integrado socialmente, as pessoas tendem a se sentirem úteis na vida. Infere-se, em virtude do exposto, que urge a necessidade de mitigar os casos de suicídio. Para isso, cabe ao Ministério da Saúde ampliar os Centros de Valorização da Vida (CVV), para que as pessoas saibam para onde recorrer em caso de depressão e situações que possam gerar o suicídio. Destarte, as ocorrências tenderão à redução, tendo em vista que as pessoas estarão mais equilibradas emocionalmente. Outrossim, faz-se necessário um maior apoio e integração por parte das famílias e escolas- por serem as principais formadoras de caráter humano- mediante conversas diárias, na tentativa de se entender os problemas dos outros e procurar ajudar, como em casos de crises existenciais. Dessa forma, será possível prevenir o surgimento de novas ocorrências, sabendo que remediar um suicídio é humanamente impossível.