No clássico shakeaspeariano, "Hamlet", o protagonista divaga sobre o suicídio, em seu discurso de "Ser ou não ser" questiona quem suportaria os flagelos do mundo podendo encontrar repouso na morte -simbolizada por um punhal. A obra é do século XVI e, infelizmente, apesar de terem passado cinco séculos, a problemática do suicídio juvenil não foi efetivamente no mundo inteiro. Na sociedade brasileira, há um aumento de 10% dos casos de autoquíria da população jovem, devido ao aumento de doenças psicológicas e também ao bullying praticado nas escolas. A priori, a elevação do índice de distúrbios psíquicos da massa jovem está intrinsecamente relacionada ao aumento do suicídio da mesma. Atualmente, os jovens são mais suscetíveis a transtornos mentais, devido à pressão de um futuro bem-sucedido, criando, assim, expectativas, que, quando não atendidas, levam a frustrações, podendo acarretar em doenças neurológicas -sendo a depressão a principal. Sabe-se que essa é uma patologia cujo a atuação faz com que o ser se sinta desestimulado, triste e com baixa autoestima, e, segundo o psiquiatra Augusto Curry, "A depressão é o último estágio da dor humana", sendo assim, o jovem usa o suicídio como escapatória. Com efeito, a criação de políticas de saúde mental se faz necessária e cabe ao Estado brasileiro. A posteriori, o bullying nas instituições escolares é uma das razões que leva ao autocídio. Segundo o Programa internacional de Avaliação de Estudantes, uma em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying, isso ocorre pois as vítimas não se encaixam em determinados padrões. Considera-se a adolescência uma das fases em que a insegurança do jovem está alta, devido as transformações que acontecem. Logo, quando o bullying é somado à insegurança do jovem, ocorre uma notável perda de autoestima. Sendo que baixa autoestima pode levar a supracitada depressão, que pode acarretar no suicídio, portanto, cabe à escola proporcionar um ambiente solidário, pois, segundo Durkheim, quanto maior solidariedade, menor o suicídio. Fica evidente, portanto, a necessidade de uma reestruturação das políticas de saúde mental e do bullying nas escolas. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação , junto ao Ministério da Saúde, implemente nas escolas programas de incentivo à vida, através da integração de psicólogos na educação, para que esses terapeutas sejam capazes de identificar tendências depressivas a fim de tratá-los adequadamente. Cabe também à Mídia, em parceria com a OMS, a promoção de campanhas de valorização à vida e incentivo à procura de auxílio. Somente assim, haverá uma preparação e se evitará a autoquíria, pois, como afirma Confúcio, "Sem preparo, o falhanço é certo", evitando-se que jovens divaguem sobre a problemática shakespeariana, trazida em Hamlet: o suicídio.