Segundo pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo, houve um aumento de trinta por cento no número de suicídios no Brasil nos últimos 25 anos e destes mais de quarenta por cento são entre jovens. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) é a segunda principal causa de morte no mundo. Discutir sobre o tema ainda é um tabu, no entanto, é preciso analisar as vertentes biopsicossociais incluídas nesse contexto. Em primeira análise, pode-se relacionar o meio na qual a juventude está inserida. Cada vez mais as pessoas estão submersas em um turbilhão de informações, buscando seu espaço, sua necessidade de transparecer felicidade e de atender aos padrões exigidos pelo capitalismo consumista, como consequência, há um isolamento social, um individualismo crescente, a perda de laços afetivos e bases familiares sólidas. Tais fatos justificam a grande incidência de casos de depressão e o aumento do uso de drogas, principalmente entre jovens, pois nesta fase tudo é mais impulsivo e intenso. Outro ponto que chama a atenção é incidência do número de suicídios no Estado do Rio Grande do Sul, tal fato, segundo pesquisas, pode estar relacionado com o uso de agrotóxicos e pesticidas utilizados nas lavouras dos agricultores. O uso destes, pode ter influência no sistema nervoso central, causando irritabilidade e depressões, atrelado a isso, a atual situação econômica, a elevada taxa de endividamento dos agricultores devido ao alto custo de produção, queda de preços de vendas e perdas, associadas aos fatores climáticos inerentes à natureza, certamente contribuem para agravamento do quadro clínico. São necessárias, portanto, medidas públicas a fim de diminuir os índices de suicídio. Para tanto o governo federal em consonância com OMS deve planejar melhorias nos atendimentos especializados, capacitando os profissionais já existentes nas CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) para melhor eficiência da prevenção e tratamento dos casos atendidos. Paralelo a isso, realizar campanhas informativas nos diversos canais de comunicação, uma vez que, falar sobre o assunto é um meio de incentivar as pessoas a buscar ajuda, alertando os familiares dos sinais e condutas a serem tomadas com os necessitados.