No primórdio da Idade Contemporânea, o ideal positivista Auguste Comte defendia que os elementos de sua ideologia "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim" seriam vitais à evolução social. Todavia, quando se observa a questão do aumento de casos de suicídios no Brasil, verifica-se que há um contraste com a defesa do filósofo, pois tal descaso é reflexo tanto da insuficiência de investimentos destinados às áreas especializadas em doenças mentais quanto da intolerância social. Nesse sentido, é indispensável a busca por soluções para o cambate desse flagelo. De antemão, é axiomático que a transgressão à Constituição Cidadã de 1988 contribui para que inúmeros indivíduos percam suas vidas por atos suicidas no território brasileiro. Nesse cenário, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social. Contudo, esse conceito encontra-se distorcido no Brasil hodierno, dado que os investimentos destinados às áreas especializadas em doenças mentais são insuficientes, devido à má gestão governamental, o que se reflete no acentuado número de tentativas e mortes por suicídio, principalmente, entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com o Mapa da Violência. Portanto, isso procrastina a saúde pública brasileira. Outrossim, a intolerância a qual ainda segue como um forte obstáculo em meio à população contribui para a persistência desse descaso no território nacional, visto que tamanha opressão fomenta o surgimento de transtornos psiquiátricos nas vítimas e, consequentemente, pode impulsionar muitos a cometer suicídio, e isso "adoece" o desenvolvimento social do país. Afinal, consoante o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um corpo biológico, e sua anatomia necessita de constante análise com objetivo de remediar e curar suas enfermidades. Desse modo, constata-se que, para o combate às mazelas sociais, é imprescindível que os direitos constitucionais, descritos no Artigo quinto, sejam assegurados aos cidadãos. Logo, com a finalidade de se alcançar a evolução social, conforme a ideologia de Auguste Comte, urge que o poder público destine maiores investimentos às áreas especializadas em problemas psiquiátricos responsáveis por atos suicidas, por meio da capacitação profissional de qualidade em saúde mental dos agentes brasileiros atuantes, com o uso de uma psicoterapia aprimorada, no intuito de desacelerar essa epidemia. Além disso, é fundamental que o Ministério da Saúde promova intensas campanhas sobre as consequências dos transtornos mentais adquiridos pela intolerância social, mediante a elaboração de documentários e curtas-metragens, e divulgá-los nas principais mídias, tais como as redes sociais, com objetivo de universalizar a discussão a respeito dessa enfermidade e salientar sobre a gravidade desse flagelo à sociedade.