Hannah Baker era uma garota de 16 anos que, sofrendo de depressão, matou-se e deixou gravadas 13 fitas com as razões que a teriam levado a cometer o atentado. Eis a história retratada pela série os 13 porquês, que foi lançada em 2017 e trouxe à tona um tema que ainda é tabu para as pessoas: o suicídio. Esse ato mostra-se o como uma epidemia silenciosa na sociedade brasileira e o aumento de seus casos no país está veiculado à banalização de doenças mentais, e no caso dos jovens, incentivado por jogos que induzem a sua realização. Em primeira análise, considerando-se que mais de 90% dos casos de suicídios estão relacionados com a depressão, segundo pesquisas da Organização Mundial de Saúde, a banalização das doenças mentais mostra-se como um grande aliado do aumento de mortes. Isso ocorre como consequência da mentalidade que ainda prevalece no Brasil, a qual considera essa doença como uma forma de chamar a atenção. Diante dessa forma de pensar, mudanças de comportamento e publicações suspeitas são desconsideradas, de modo que o suicida não recebe o suporte necessário para superar as consequências de sua doença, não procurando auxílio médico e sucumbindo ao auto-assassinato. Ademais, os suicídio é a quarta maior causa de morte de jovens no Brasil de acordo com o Ministério da Saúde e pode se citar o surgimento de jogos que induzem ao mesmo, como grandes incentivadores. Para comprovar esse fato, pode-se citar o jogo Baleia Azul, o qual, através de cinquenta desafios que causam o aprofundamento de pensamentos depressivos e incitam a auto-mutilação, tem como último desafio, o suicídio. Contribuintes para propagação de jogos como esse entre os jovens, tem-se um sistema de monitoração, seja familiar ou escolar, frágil, de modo que a mudança de comportamento ocasionada pelos jovens é tida como um produto da adolescência e punida, fato que incentiva os mesmos a continuarem suas jornadas rumo à morte. Em síntese, o aumento nos casos de suicídio no Brasil tem com principais incentivadores a banalização de doenças mentais e o surgimento de jogos que induzem à prática suicida. Diante disso, é necessário que a Organização Mundial da Saúde inicie, em consenso com os orgãos influenciadores da opinião pública, campanhas que, através de relatos de jovens que submetam-se à tentativas de suicídio, quebrem a ideia banalizada de que as doenças mentais são apenas formas de chamar a atenção, além de quebrar o tabu, desenvolvendo o assunto que todos evitam: o suicídio e sua propagação silenciosa pelo país. Só assim o ato de tirar sua própria vida passará à ser visto com a seriedade que tem direito.