Título da redação:

Epidemia silenciosa

Tema de redação: A questão do aumento de casos de suicídio no Brasil

Redação enviada em 21/08/2017

Além da melhora na qualidade de vida e o aumento de renda, a industrialização traz consigo a ausência de amor e a pobreza existencial, denominada de Niilismo pelo filósofo Nietzsche. Dentro dessa óptica, percebe-se que essa visão cética de existencialismo, acompanhada de doenças psíquicas como a depressão, vem proporcionando uma grande epidemia no Brasil: O Suicídio. Nesse contexto, há dois fatores que não pode ser negligenciados, como o caráter de tabu e a deficiência das instituições contemporâneas em relação a esse assunto. Em primeiro plano, é importante ressaltar que a inibição de um problema em uma comunidade impossibilita a criação de estratégias preventivas. Diante disso, a omissão de temas relacionados com a saúde mental faz com que os indivíduos criem estereótipos e tabus imaginários e, consequentemente, deixem de procurar ajuda especializada. Em vista disso, o sociólogo Francês Emille Durkeim ressalta em sua obra “O Suicídio” que a autoquíria não é só um problema para a sociedade, é também um problema provocado por ela, sendo seu próprio algoz. Além disso, outro agente importante dessa problemática concerne às estruturas familiares contemporâneas. Nessa apreensão, o sociólogo Zygmunt Bauman traz as relações líquidas - as quais são regidas pelo individualismo e ausência de diálogo - como um aspecto definidor do funcionamento da “pós-modernidade”. Em tal concepção, intrinsecamente relacionada à família, a falta de interação entre os familiares, torna-se fator determinante para o desenvolvimento de mazelas psíquicas. Isso se dá, uma vez um dos principais meio que o indivíduo possui para expor suas dificuldades é desassociado. Com efeito, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o número pessoas que retiram suas próprias vidas, no últimos anos, vem aumentando significativamente. Torna-se evidente, portanto, que a questão desse impasse exige medidas concretas e não um belo discurso. Nessa perspectiva, urge ao Ministério da Educação o subsídio em debates sobre o suicídio em todas as instituições de ensino, mediante contratação de psicólogos, a fim de minimizar os efeitos nocivos dessa prática tão presente nos grupos juvenis. Ademais, por meio de programas televisivos dos canais abertos brasileiros - os quais são assistidos por significativa parcela da população -deve ser abordado, de acordo com as orientações da OMS, o tema do autocídio, para que esse assunto, bem como as crises existenciais recorrentes nos laços familiares, sejam mais naturalmente abordado no cotidiano.