A novela global "Senhor do Destino" traz, em seu capítulo final, o suicídio da vilã Nazaré Tedesco. A reação do público variou entre o choque e os gritos de júbilo pelo fim de uma antagonista tão má. Essa última reação revela algo chocante: a postura de muitos brasileiros frente ao autocídio é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática da ampliação de casos suicidas que persistem ligados à realidade no país, seja no âmbito urbano, seja pela falha conscientização. É indubitável que a sociedade de consumo está entre as causas do problema. Conforme Simmel, a mente humana tem capacidade limitada de guardar informações. Diante disso, ele considera que quanto mais se produz informações, menor se torna a capacidade humana de absorver a cultura de bens de consumo; causando estresse, depressão e outras doenças na sociedade urbana. De maneira análoga, é possível perceber esse cenário ocorrendo nas grandes cidades brasileiras: convém citar como exemplo o caso da família da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O chefe dela, ao apresentar-se frágil diante de uma situação financeira e manutenção de status, num pico de loucura, assassinou sua família e, logo depois, se suicidou. Todavia, sabe-se que o debate e o atesto à esse problema de saúde pública tem sido feita de forma falha e, até mesmo, de forma a incentivar. No século XVIII, com a publicação de "Os sofrimentos do jovem Werther" no qual o adolescente comete autoquiría compor um amor não correspondido, houve uma onda de suicídios no país. Ao relacionarmos com um fato atual, podemos citar a série estadudiense "Thirteen Reasons Why"; haja vista que após sucesso de audiência no Brasil, o Google afirmou que as pesquisas por "suicídio indolor" e "suicídio rápido" cresceu exponencialmente. Assim, é fácil perceber que a romantização do ato tanto na literatura, quanto na TV, é perigosa e afeta de modo direto o meio social. Infere-se, portanto, que os casos de suicídio podem amenizar através de medidas. Sendo assim, o Ministério da Saúde deve incluir no Programa de Saúde Pública mais psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais para melhorar a saúde mental todos e divulgar essa medida; de forma que pessoas de classes mais altas se atentem ao valor desses profissionais. Cabe ainda às produtoras de material conscientizador pôr no início um aviso sobre o conteúdo; de modo que pessoas sensíveis interrompam o consumo e, ao final, divulgar postos de ajuda. Dessa forma construiremos um Brasil desenvolvido socialmente e mais empático com casos como o de Nazaré.