Título da redação:

Desconstrução de tabus: um caminho para combater o suicídio no Brasil

Tema de redação: A questão do aumento de casos de suicídio no Brasil

Redação enviada em 16/06/2017

Na última década, o suicídio se agravou como um problema de saúde global, sendo a 2º principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde; a depressão é o gatilho mais comum para consumar o ato que, comumente, oculta pelo menos 20 tentativas anteriores fracassadas. Seguindo a tendência global, o Brasil registrou aumento de casos de suicídio de, pelo menos, 40% entre jovens na mesma faixa etária que o grupo de risco mundial. No contexto brasileiro, a taxa de suicídio avança silenciosamente e tem espaço limitado na roda de conversa do senso comum; prevalece o tabu em torno do tema, combinado à escassez de políticas públicas de combate, tanto ao suícidio, quanto à principal causa dele: a depressão. Soma-se a isso, outros problemas sociais de diversas ordens: desigualdade, desemprego, desestabilidade econômica, marginalização e sentimento de inadequação, que podem contribuir em menor ou maior grau para que uma pessoa atente contra sua própria vida. Segundo Émile Durkheim, há três tipos de suicídio, sendo o tipo anômico o mais frequente na sociedade moderna; ocorre quando mudanças sociais e econômicas interferem na vida do indivíduo, provocando instabilidade, perda de identidade e perspectiva, enfraquecendo os laços deste com o organismo social. Em um cenário como esse, o suicídio pode ser visto como uma forma de escapar das incertezas, da sensação de impotência e do isolamento. Independente de qual seja o motivo que leva um indivíduo a tentar o suicídio, é necessário que o poder público, especialmente o Ministério da Saúde, intensifique as campanhas de combate e leve a discussão aos outros setores da sociedade, como escolas e universidades, ampliando sua efetividade. O Ministério da Saúde é o orgão público mais indicado para iniciar um processo de descontrução, não apenas do tabu em torno do suicídio, como também de outras doenças psicológicas, da mesma forma como já faz com epidemias de ordem física e biológica: informando a população, ensinado-a a reconhecer os sintomas e sinais de alerta e oferecendo suporte, principalmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).