Título da redação:

Completo bem-estar físico, mental e social?

Tema de redação: A questão do aumento de casos de suicídio no Brasil

Redação enviada em 11/04/2017

Especialistas argumentam que o suicídio no Brasil deve ser considerado uma questão de saúde pública. Isso porque, já se constatou um aumento do número de mortes propositais em todo país, dados que se tornam alarmantes por incluírem jovens, adultos e idosos de ambos os sexos, chegando até a ter características epidêmicas. Esse fato, assim sendo, traz uma questão pouco dialogada entre os brasileiros e de causas, talvez, obscuras para muitos. O ato de tirar a própria vida ainda é visto como um tabu social e por isso pouco discutido, principalmente, entre o público mais jovem. No Brasil, por exemplo, dados do DATASUS indicam aumento de 30% no número de suicídios nos últimos 25 anos. Avaliando, ao mesmo tempo, a nível mundial, a Organização Mundial da Saúde indica que, entre as causas de morte nas faixas etárias de 15 a 29 anos, o suicídio se destaca como a segunda causa, perdendo apenas para acidentes automobilísticos. Percebe-se, portanto, que esse ato desenvolve contornos regionais, mas, ao mesmo tempo, ultrapassa as fronteiras nacionais, devendo ser considerado uma questão de saúde pública não só no Brasil. Transcendendo as estatísticas, porém, está o fator humano que traz o questionamento sobre quais os motivos que levam a morte ser uma alternativa para muitas pessoas. Nessa perspectiva, além dos problemas psicológicos ligados a esquizofrenia, existe também a depressão. Esse último, além de ser negligenciado também se relaciona com questões sociais importantes, como o aumento do desemprego e da pobreza, problemas comuns no Brasil. Ao mesmo tempo, a depressão dialoga com questões relacionadas a mídia e aos padrões de beleza e sucesso, muitas vezes inalcançáveis, o que pode, por sua vez, afetar a autoimagem e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o suicídio torna-se um problema multifacetado, que reflete uma sociedade pouco preocupada com o completo bem-estar físico, mental e social dos indivíduos. O suicídio uma vez sendo tratado como um problema de saúde pública, portanto, pode ter uma atenção diferenciada, com políticas e programas voltados para a sua prevenção. Para tanto, o Governo Federal em parceria com a Sociedade Civil Organizada devem elaborar políticas públicas que atuem nos grupos de risco através de campanhas midiáticas que desmistifiquem a questão do suicídio, criação de centros específicos de acolhimento e orientação para todos aqueles que precisarem, além do incremento de programas sociais voltados para a redução da pobreza e geração de empregos. Dessa forma será possível desconstruir esse tabu e reverter esse quadro.