De acordo com a Organização Mundial da Saúde(OMS), 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. Todavia, embora esse fenômeno sempre tenha existido, atualmente houve um crescimento de mais de 40% entre brasileiros de 15 a 29 anos. Desse modo, seja por causa da influência dos meios eletrônicos na vida das pessoas, seja pela menor presença dos pais no desenvolvimento dos filhos, o importante é que esse dado alarmante precisa ser melhor analisado, para que as taxas não cresçam mais. Desde a Terceira Revolução Industrial, no século XX, houve a inserção de novas tecnologias no dia a dia das pessoas, como a televisão, rádio e internet. Esses mecanismos, ao permitirem uma espetacularização do cotidiano alheio, trazem questionamentos às pessoas que não desfrutam do mesmo estilo de vida. Assim, essas pessoas fazem de tudo para poder entrar nos padrões que oferecem status, comprando um celular mais caro do que seu salário pode pagar ou buscando incessantemente o "corpo perfeito".Entretanto, quando esses desejos não são realizados, o cidadão entra em um estado depressivo, por estar fora do considerado correto e, como válvula de escape, tira sua própria vida. Logo, é notório a necessidade desse assunto ser melhor discutido, sobretudo porque o acesso a essas tecnologias tem se tornado cada vez mais fácil, fruto da revolução supracitada. Outrossim, soma-se a isso a menor presença dos responsáveis na criação dos jovens, o que justifica, parcialmente, as taxas de suicídio serem maior nessa faixa etária. A partir da Segunda Guerra Mundial, com o grande número de homens mortos, a mulher ingressou de maneira mais contundente no mercado de trabalho e, como consequência, os filhos ficam mais tempo ociosos em casa, com menor acompanhamento de um adulto. Com isso, se a escola não debater essa temática, dificilmente também irá ser abordado em casa, deixando o indivíduo numa espécie atual do mito da Caverna de Platão, em que o desconhecimento sobre as possíveis soluções para o suicídio não são conhecidas, o que prende o jovem ás sombras do que seria a sabedoria. Evidencia-se, portanto, que essa problemática precisa deixar de ser tabu, para que, seja amplamente discutida e não haja crescimento dos números de mortes em decorrência de suicídio. Dessa forma, o Estado deve atuar no bem estar mental da população nesses tempos tecnológicos, por meio do aumento de consultas psicológicas no sistema público de saúde, a fim de que as pessoas sejam instruídas a não seguir , a todo custo, o que é dito nas grandes mídias. Em concomitância, ONGs de valorização a vida, com apoio das instituições de ensino, podem atuar na criação de palestras informativas e oficinas de debate, que inclua toda a família, para que as pessoas que estão passando por essa situação possam sentir-se mais a vontade para falar sobre isso. Assim, o indivíduo pode, finalmente, se soltar das amarras que o prendiam as sombras e seguir rumo à luz, em que o suicídio torna-se ofuscado por esta.