Os primeiros casos de suicídio em território brasileiro ocorreram por volta do século XV na população indígena. Amedrontados com a situação precária a qual viviam e em consonância de um futuro incerto - fatores que foram desencadeados da exploração portuguesa -, a única solução que encontravam era tirar suas próprias vidas comendo terra. Atualmente, é possível afirmar que houve um aumento no número desses casos em jovens classificados como baixa renda na última década. Nesse sentido, convém analisarmos as tristes causas da intensificação dessa problemática. Em primeira análise, é preciso reconhecer que a depressão está atrelada ao suicídio, haja vista que, como qualquer outra doença, ao atingir seu ápice as chances do indivíduo sobreviver são mínimas. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência desta doença da América Latina, atingindo cerca de 11,5 milhões de brasileiros. Ademais, toda enfermidade deve ser tratada a fim de resolver o problema, entretanto, ao se referir a depressão, as pessoas têm vergonha de procurar ajuda médica por serem oprimidas pelo preconceito existente na sociedade e em decorrência disso nada será suavizado. Outrossim, a desigualdade social aliado ao consumismo exacerbado - motivos ocasionados pelo capitalismo - tem como consequência a desestabilização emocional refletida diretamente em adolescentes, visto que não estão preparados psicologicamente para tal situação. Dessa maneira, ao estarem limitados financeiramente, encontram inúmeras barreiras para construir um futuro de qualidade e acabam diminuindo a felicidade de viver, contribuindo para a manifestação da depressão. Para refrear a propagação dessas causas, é necessário, portanto, novas melhorias na qualidade da educação brasileira, fazendo com que jovens tenham facilidade no acesso ao ensino superior, o que aumentará as chances de um futuro de sucesso. Além disso, as escolas devem incrementar na grade curricular debates sobre a importância de procurar ajuda médica em casos de indícios de pensamentos suicidas, pois de acordo com Platão, o importante não é apenas viver, mas viver bem.