Segundo o Niilismo, conceito fundamentado pelo filósofo prussiano, Frederick Nietzsche, a pobreza existencial e a impossibilidade de um futuro ideal traz consigo um convite ao suicídio. Nesse sentido, em um contexto em que se faz presente o vazio interno e doenças psicológicas, o indivíduo dá preferência a um caminho autodestrutivo. Primeiramente, o suicídio é, por vezes, uma consequência de um quadro depressivo do indivíduo. Sabe-se que a depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos através dos neurônios, atuando para que o ser se sinta triste e com baixa autoestima. Diante a visão negativa e distorcida da realidade, a autodestruição lhes convém como uma escapatória às opressões que os rodeiam. Outro fator alarmante é a ausência da intervenção de amigos e familiares. Infelizmente, os sujeitos ao redor não se atentam ao estado mórbido do indivíduo e suas lamentações, que são vistas como “frescura”. Nessa apreensão, o sociólogo Zygmunt Bauman traz as relações líquidas, as quais são regidas pelo individualismo e a carência de diálogo, como um aspecto modelador das relações da sociedade moderna. Em tal concepção, a ineficácia de interação entre as pessoas e a falta de amparo psicológico pode ser determinante para o desenvolvimento de pensamentos suicidas. Fica claro, portanto, que o suicídio tornou-se um problema de saúde no Brasil. Para alterar esse cenário, a OMS, junto às escolas, deve promover o treinamento de profissionais da educação para identificar tendências depressivas nos jovens e combater pensamentos suicidas. Além disso, cabe à mídia usufruir de seu poder persuasivo para realizar campanhas de valorização à vida e o incentivo à procura de auxílio. Só assim, tratando causas e minimizando efeitos, as taxas de autocídio amenizarão e construiremos uma sociedade mais empática.