O ilustre sociólogo Durkeim já definia o suicídio como um fato social patológico, devido ao problema apresentar altos índices de generalidade,coercitividade e exterioridade em todas as sociedades. Desde aquele período ocorram alterações significativas, a OMS divulgou em 2015 que nos últimos quarenta e cinco anos o número de casos de suicídios aumentou 60%. Todavia, apesar do espantoso crescimento, ainda não existem medidas consistentes para deter a epidemia que vem atingindo os jovens brasileiros. Diante desta situação interroga-se: o que origina e como podemos deter este problema? A Organização Mundial da Saúde divulgou que dentre as causas de morte prematuras o suicídio assume o segundo lugar, sendo que em primeiro estão os acidentes de trânsito. Dados coletados no sistema DATASUS informam que no Brasil mais de 100 mil pessoas morrem anualmente vítimas desta epidemia, que costuma a estar associada a outras morbidades psicológicas como a depressão. Tal fato não é estranho na medida que a modernidade apresenta cada vez mais relações hostis permeadas por julgamentos, sendo comum jovens experimentarem situações de pressão e até mesmo bullying. Tal fato apresenta a situação de uma realidade deprimente, na qual diversos adolescentes são coagidos a a se encaixarem em um padrão e fazerem decisões para que não foram preparados e muitas vezes passam por este turbulento período sem estabelecer laços de amizade, cabendo, neste ponto, ressaltar o dito de Aristóteles que "o homem é um ser social". Bauman relatava que a introdução das tecnologias e a mudança do padrão de vida ocasionou na liquefação das relações fazendo com que se construa uma modernidade líquida, baseada em relações fluídas e inconsistentes. Na medida em que se estabeleceu essa sociedade ocorreu a fortificação de uma cultura narcisista, onde as pessoas dispendem pouco tempo pensando nos outros e na consequência dos atos e palavras. Tal fato é prejudicial, na medida em que se nota que o cuidado com a saúde mental alheia poderia evitar inúmeros casos de suícidio, já que a partir da atenção aos sinais tornaria-se possível o fornecimento de ajuda necessária. Nota-se que o aumento de casos é originado da construção de um problemática estrutura social, sendo necessário intervenções que promovam a a conscientização e informação sobre o problema. As escolas poderiam prestar mais atenção, observando e notificando o comportamento de seus alunos; penalizando os que comentem atos de violência; e prestando auxilio aos que precisam de aconselhamento . Cabe também a família ser mais participativa, dando o suporte necessário aos jovens e prestando atenção ao seus comportamentos. Mas, cabe ressaltar, que a mudança realmente ocorrerá através da conscientização individual dos danos físicos, morais e psicológicos que são possíveis de serem causados por atitudes egoístas, passando assim a tratar uns aos outros com o respeito devido e necessário.