Título da redação:

O analfabetismo funcional no Brasil

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 31/05/2018

Segundo as diretrizes do artigo 205 da Constituição Federal a educação, o desenvolvimento pessoal, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação profissional são assegurados a qualquer cidadão. Todavia, uma parte considerável da população brasileira não tem acesso à educação de qualidade em circunstância da precariedade do ensino, da desvalorização dos professores e do descaso social, gerando, assim, um fenômeno preocupante: o analfabetismo funcional. O analfabetismo divide-se em duas vertentes; sendo o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional. O primeiro caso refere-se ao indivíduo que nunca frequentou a escola e não sabe ler e escrever, já o segundo engloba pessoas que são incapazes de interpretar textos simples e de realizar operações matemáticas básicas. Em síntese, estima-se que cerca de 35 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais, evidenciando a fragilidade do sistema de ensino público. Os atuais problemas na educação do Brasil remontam a uma época em que a restrição educacional vigorava. Durante o regime militar, as escolas públicas possuíam processos seletivos com extrema concorrência e o ensino funcionava com qualidade. Entretanto, grande parte da população era analfabeta e com o intuito de reduzir esses números o Estado estabeleceu a obrigatoriedade do ensino, sem elaborar, contudo, medidas que assegurassem a qualidade educacional. Este modelo propiciou a desvalorização dos professores, a falta de investimentos nas estruturas dos centros educacionais e em projetos voltados para o esporte, além de dificultar a entrada nas universidades; problemas que são, hoje, intrínsecos ao sistema educacional, ocasionando disfunções como o analfabetismo funcional e a evasão escolar. Além desses fatores, a desigualdade social também deve ser abordada, já que a pobreza é uma questão social que tensiona profundamente o paradigma da universalidade e da democratização real do ensino. De acordo com dados do IBGE, 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, sendo 42% o número de crianças de 0 a 14 anos que se enquadram nessas condições. Logo, em decorrência do processo de escolarização pública no Brasil, o desafio de assegurar educação de qualidade para todos precisa estar articulado com o processo de enfrentamento à desigualdade social. Em suma, o Ministério da Educação deve desenvolver uma reforma na educação eficaz, além de desenvolver métodos que priorizem o letramento a fim de superar o analfabetismo funcional. Simultaneamente, os governos estaduais e municipais têm de garantir a valorização dos professores por meio do aumento salarial; assim como o acesso ao ensino à distância, cursos profissionalizantes gratuitos e bolsas de estudo com o intuito de democratizar o acesso a educação que de fato capacite-os para o mercado de trabalho e para a vida social e política. O Governo Federal deve ampliar os investimentos na área da educação e garantir uma melhor gestão e também financiar projetos socioeducativos que visem esportes e outras inteligências, como música e teatro. Por intermédio dessas propostas a educação em seu sentido mais amplo será alcançada.