“Um povo que lê, jamais será um povo escravo.” Esse fragmento do escritor e psiquiatra português Antônio Lobo Antunes sugere uma reflexão acerca da importância da leitura na formação de um indivíduo. Ler e interpretar textos é uma capacidade adquirida através da alfabetização funcional, a qual, no Brasil, ainda apresenta grandes falhas. Somente 8 em cada 100 brasileiros entre 15 e 64 anos possuem um ótimo domínio da leitura e produção de textos, bem como conseguem realizar operações matemáticas mais complexas. Os outros 92% da população são caracterizados analfabetos funcionais por não apresentarem os quesitos mínimos para um entendimento textual com proficiência. De certo, esses números refletem as desigualdades sociais históricas existentes no país e a baixa qualidade do sistema público de ensino, fatores estes que impõem barreiras aos estudantes na compreensão da sociedade como um todo de forma crítica. Isso acarreta na formação de profissionais ineficientes para o mercado de trabalho, visto que mal sabem interpretar um gráfico. Cabe ao Ministério da Educação reformular o método de ensino nas escolas públicas, podendo inserir na grade curricular de todo e qualquer nível de ensino aulas obrigatórias de leitura e interpretação de texto, bem como a disponibilização de monitorias especiais aos alunos com maiores dificuldades. É papel do Ministério da Fazenda distribuir a renda excedente de um Estado para outro com déficit orçamentário, por meio da criação de um projeto de lei que regule o equilíbrio entre as classes sociais, a fim de oferecer à sociedade brasileira um acesso democrático e qualificado à educação, possibilitando, dessa forma, sanar os impasses apresentados.