Título da redação:

Não a prazer maior que saber lê

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 01/08/2017

"Declaro que não há maior prazer que a leitura." A frase dita pela personagem Caroline Bingley no clássico "Orgulho e Preconceito" é uma grande ironia já que na verdade a personagem detesta ler. Fora da realidade literária o mesmo se repete. Os brasileiros se consideram alfabetizados por possuírem certo grau de escolaridade, contudo o número de analfabetos funcionais que saem das escolas brasileiras e não conseguem produzir ou interpretar um texto é alarmante. Tornando necessário a tomada de novas medidas que resolvam definitivamente a questão. Cabe apontar, antes de tudo, que o brasileiro é um povo que tradicionalmente não lê. Segundo pesquisa do IBOPE 44% da população não lê livros e 30% nunca comprou um. Uma população que não lê inevitávelmente se torna uma população repleta de analfabetos funcionais que por serem escolarizados se consideram alfabetizados, mas assim como cita Monteiro Lobato, grande escritor brasileiro "quem mal lê, mal ouve, não fala, mal vê" quem mal lê é funcionalmente um analfabeto. É preciso considerar ainda a situação precária do ensino público brasileiro. A instituição vem a anos em decadência, a imagem já é conhecida pela população: professores desmotivados, prédios depredados e alunos sem perspectiva que passam ano a ano apenas acrescentando mais um nível de escolaridade que, muitas vezes, acrescenta mais aos números do governo que ao próprio conhecimento. Segundo uma pesquisa do IBGE 88% da população é escolarizada, mas apenas 26% da população sabe ler e escrever plenamente, o que representa uma grande divergência entre o grande número de alunos formados pelas escolas e os que realmente foram alfabetizados. Fica claro, portanto, que a pesar de a população de a população brasileira hoje ser amplamente escolarizada, boa parte dela ainda é funcionalmente analfabeta. Para mudar esse cenário o governo brasileiro em parceria com a iniciativa privada deveria iniciar um programa de incentivo a leitura dando descontos a estudantes de forma a iniciar uma nova geração de leitores no Brasil. O ministério da educação deve rever as diretrizes da educação pública buscando fazer dos jovens alunos verdadeiros cidadãos e não mais números em sua caderneta. E cabe a ainda ao indivíduo se policiar, buscando sempre expandir seus conhecimentos. Só assim os "Caroline Bingley" da vida real não só passaram a entender o que lêem como também hão de aprecia-la.