Ler, escrever, interpretar, aplicar, viver Analfabeto funcional é o indivíduo capaz de identificar os códigos, reconhecer as palavras, mas não interpreta, organiza e aplica completamente a mensagem. Paulo Freire, em suas obras, defende o conceito da práxis pedagógica, onde, teoria e prática estariam invariavelmente ligados, promovendo uma aprendizagem completa. É nesse contexto que o Brasil apresenta a problemática do analfabetismo funcional. Uma das principais causas do indivíduo não conseguir aplicar em seu cotidiano o que lhe foi ensinado é a incapacidade de ler além de palavras, segundo o IBGE, 70% dos formados no ensino superior não são capazes de interpretar informações complexas, como o quadro cubista de Pablo Picasso, Guernica, que retrata através de formas geométricas e elementos misturados o drama e terror da guerra civil espanhola. Outro traço que contribui para a formação de analfabetos funcionais, é o modelo de avaliação adotado por grande parte das escolas, pois, medem quase que exclusivamente a capacidade de memorização do aluno, ignorando valências importantes como a interpretação interdisciplinar e a aplicação do que foi ensinado. Fica evidente, portanto, que para um processo de educação eficiente é necessário uma sinergia entre teoria e prática, construída através do Ministério da Educação, em conjunto com os estudantes, por meio da implementação de matérias interdisciplinares, aulas obrigatórias em museus e espaços culturais, passando por pesquisas de modelos mais eficientes de avaliação estudantil, até a sua adoção, possibilitando ao aluno o direito de ser completo: ler, escrever, interpretar, aplicar, viver.