Título da redação:

Hora de retribuir: os analfabetos que começaram a alfabetização

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 31/07/2017

Historicamente, o Brasil manteve altos índices de analfabetismo e, de acordo com o Mapa do Analfabetismo no Brasil, publicado pelo Inep, o motivo dos índices manterem-se na atual conjuntura, é devido às desigualdades provenientes de heranças históricas, sendo o analfabetismo funcional como predominante. Isso se deve à precariedade do ensino público somado à variante da língua usada na internet, trazendo problemas no mercado de trabalho. Resta saber se o Governo Federal irá mudar o panorama desse problema no Brasil. Em primeiro lugar, observa-se que o precário ensino básico nas escolas públicas contribui para essa situação. Em 2012, o Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) entre os universitários chegou a 38%, refletindo o expressivo crescimento desse. Isso se deve ao ensino rudimentar das escolas públicas que, em 2014, na Prova Brasil, mostrou que 90% dos alunos no 9º ano não sabiam converter medidas, enquanto 88% não conseguiam interpretar textos. Revelou ainda que no sul e sudeste, 50% dos alunos recebiam ensino adequado, em contrapartida, ocorria apenas 20% no nordeste. Sendo assim, segundo Daniel Cara: “No Brasil, a desigualdade está ligada a infraestrutura das escolas”, revelando a precariedade dessas. Outrossim, a disseminação da escrita eletrônica prejudica a leitura e a fala das pessoas. De acordo com Merrill Sheils, em seu editorial na revista norte americana Newsweek, com a queda da linguagem escrita nos EUA, a leitura dos norte americanas piorou, e a fala passou a ser da forma mais rudimentar do vocabulário, em 1975. Contudo, após 40 anos, o Brasil enfrenta o mesmo problema com a chegada da internet devido a sua linguagem simples e superficial, como mostrou um artigo no jornal Carta Capital. Dessa forma, com a disseminação do “internetês” as pessoas perderão habilidades para leitura e interpretação de textos mais complexos. Por conseguinte, o Brasil enfrenta dificuldades no mercado de trabalho. Publicado no portal Todos Pela Educação, Vicente Vuolo, pós-graduado em ciências políticas pela UnB relatou que o Brasil vem importando mão de obra para as indústrias devido a falta de trabalhadores qualificados no Brasil em virtude do alto índice de analfabetismo funcional. Desse modo, a economia do Brasil é diretamente afetada, revelando uma dificuldade em assegurar o direito de ser alfabetizado no país. Nesse contexto, portanto, é necessário medidas eficientes para reverter esse analfabetismo. Nesse sentido, o Governo Federal deve ampliar a verba para a educação, permitindo que o MEC possa realizar reformas estruturais nos colégios públicos, além de investir na formação de professores, tornando mais rígido o curso de magistério. Por fim, as escolas, em conjunto com pais e professores, devem incentivar a leitura e o uso correto da língua na internet. Feito isso, será combatido o que, de acordo com Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação diz: “O custo do analfabetismo é o custo moral de um país”.