Comumente acredita-se que analfabeto define somente aquele que não reconhece letras e números, porém, diante do atual cenário sociopolítico brasileiro, este conceito defasado e equivocado é atualizado com a definição de analfabetismo funcional, a qual caracteriza também os alfabetizados em nível rudimentar como analfabetos funcionais. Configura-se como analfabeto funcional todo aquele que, apesar de compreender letras e algoritmos matemáticos, encontra dificuldades em entender textos simples e resolver cálculos mais concebidos. Dado contexto, é de conhecimento geral que, atualmente, encontra-se facilmente hipocéfalos em qualquer nível de ensino, desde as primeiras séries do ensino fundamental até o ensino superior. Pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) comprovam a urgência de deslindarmos, o quanto antes, tal fato. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), consumada pelo IBGE, a taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais, em 2014, foi estimada em 8,3%, enquanto que o analfabetismo funcional foi taxado em 17,6%, aproximadamente. Diante de tal problemática, observa-se inúmeras consequências prejudiciais, como a formação de trabalhadores supérfluos e a caracterização de cidadãos sem senso crítico intrínseco, que reflete na alienação política e cultural. Dado o contexto complexo e preocupante, uma solução viável e realista seria a parceria da escola com a família, o governo, a mídia, empresas privadas e organizações não governamentais, em prol do estímulo à leitura, por meio de projetos, debates, criação de bibliotecas públicas e acessíveis, além da distribuição gratuita de livros.