A condição de analfabetismo funcional é caracterizada pela incapacidade de exercitar certas habilidades de leitura, de escrita e de cálculo. Nesse contexto, o legado rural e patriarcal no Brasil, durante a colônia, o Império e a Primeira República, implicou em séculos de descaso educacional. Outrossim, o Brasil optou pela quantidade de alunos matriculados em detrimento da qualidade do ensino concedido. Ademais, existem dois tipos de educação no Brasil, dentre elas, uma que reproduz desigualdades, como a aprovação automática e a outra que produz capital humano com ensino reflexivo e crítico. Hodiernamente, os programas educacionais públicos investem em aumento anual de escolaridade. Todavia, a extensão para nove anos de Ensino Fundamental, não resultará em qualidade da educação. Adiante, a falta de iniciativas criativas, como atividades lúdicas, teatro e cinema, compromete a qualidade do aprendizado e fomenta a aprovação automática. Isso posto, não adianta dados estatísticos otimistas, que quantifiquem decréscimo em números de analfabetismo funcional, se na prática, a universalização do acesso aos estudos, pouco atribui competências. É válido destacar que a educação básica não era uma questão relevante para a elite brasileira. Por isso, quase oitenta por cento da população era composta por analfabetos. Em acréscimo, os jesuítas eram responsáveis pelo letramento, mas eles foram expulsos. Nesse ínterim, o governo não se encarregou de desenvolver sistemas educacionais capazes de melhorar ou substituir o existente. Por conseguinte, o ensinamento não ocorreu de maneira igualitária, uma vez que os mais ricos puderam privatizar os estudos. No entanto, países como Estocolmo, todas as classes sociais estudam juntas como mecanismo de diminuir a exclusão e integrar a sociedade, o que é bem distinto no Brasil desde sempre. Em síntese, o Executivo deve formular plataformas educacionais gratuitas que priorizem o letramento de moradores em zona rural e de adultos tímidos que não queiram frequentar escola tradicional. Dessa maneira, novas metodologias de ensino podem ser um incentivo para esse estudante. Em adição, as redes de comunicação brasileira podem adicionar legendas em programas televisivos a fim das pessoas associarem o som com a leitura. Finalmente, a escola deve promover a recuperação dos alunos, com menor “rendimento”, por meio de monitorias. Assim sendo, as escolas reais e virtuais possuem, sobretudo, o propósito de ensinar os excluídos ou ,as desigualdades sociais recrudescerão.