No advento do movimento iluminista, destacou-se que a sociedade só progride quando um se conscientiza com o problema do outro. Entretanto, no Brasil, ao observar o crescimento do analfabetismo funcional entre a população brasileira, percebe-se que tal pensamento encontra-se alinhado à teoria e não desejavelmente à prática, seja pela inépcia governamental ou pela desvalorização crescente do hábito de leitura. Em primeira análise, durante o período medieval, o acesso à educação era algo restrito a uma pequena parcela da população, já que aproximadamente 1% do tecido social medievo era alfabetizado. Modernamente, no Brasil, a democratização do acesso à educação, estabelecida como direito natural pela Constituição Brasileira, não foi acompanhada pelo aprimoramento das técnicas didáticas e pela melhora na qualidade do ensino ofertado. Como resultado, observou-se o surgimento de uma nação inapta para interpretar textos simples, o que reflete as lacunas da educação no país e a negligência governamental no que tange a qualidade do ensino oferecido. Em segunda análise, destaca-se a desvalorização da leitura como fato social que impulsiona a problemática. Destarte, consoante o sociólogo Émile Durkheim, fato social é toda ação dotada de generalidade, exterioridade e coercitividade, uma vez que exerce influência sobre o indivíduo. Logo, segundo esse pensamento, uma criança que convive com paias que não possuem o hábito de ler e interpretar tende a dotar tal comportamento devido a convivência, o que perpetua o problema. Uege, portanto, a necessidade de medidas que solucionem a questão. Para tal, é imperioso que o Ministério da Educação desenvolva programas de leitura obrigatória e produção textual, executados pelas escolas, com o objetivo de desenvolver habilidades interpretativas e textuais. Ademais, é mister que as famílias, em parceria com as escolas, incentive o hábito de ler como atividade integrante das rotinas dos filhos, com o fito de estimular o gosto pela leitura. Desse modo, a sociedade brasileira encontrará o progresso do ideário iluminista.