No anime Naruto, o personagem homônimo tem grandes dificuldades para realizar provas escritas, apesar de ter notórias habilidades ninjas, sendo preso a um sistema de educação que não as valoriza. Fora das telas, o alto índice de analfabetismo funcional no Brasil é instigante, sendo um problema inercial com raízes históricas e sociológicas. De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, mais de 30% dos universitários têm dificuldade na leitura e na escrita. Este dado pode ser explicado principalmente pelo sistema de avaliação das escolas e universidades, que não estimula a busca pela aprendizagem e, segundo Paulo Freire, não valoriza os diferentes tipos de saber, o que remete à época do Brasil Colonial, onde os padres jesuítas impuseram seus conhecimentos aos nativos. Além disso, há pouca participação da família no âmbito acadêmico, o que prejudica a formação cívica dos alunos e torna o aprendizado inválido, pois, segundo Gilberto Freyre: "Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades". Ademais, a taxa de analfabetismo funcional tende a permanecer em inércia, ascendendo constantemente até que uma força de mesma proporção aja sobre ela, em direção contrária. Portanto, medidas de mesma proporção são necessárias para resolver o impasse. Sendo assim, o Ministério da Educação, em conjunto com pedagogos e professores das redes pública e privada, deve debater mudanças no sistema de avaliação, de escolas e universidades, que valorizem os diferentes tipos de saber e estimulem a busca destes. E, por fim, as escolas devem realizar reuniões periódicas para a discussão acerca da metodologia de ensino e do espaço acadêmico com professores, alunos e responsáveis, criando um ambiente democrático entre escola e família.