Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. A frase do educador brasileiro Paulo Freire deixa nítido que o analfabetismo funcional não é uma questão individual mas social, o qual atinge uma parcela considerável da sociedade. Nesse contexto, é preciso refletir sobre dois aspectos relevantes, como os fomentadores desse impasse e suas consequências. Em primeira análise, cabe pontuar que, de acordo com o Instituto Paulo Montenegro(INAF), a incapacidade de compreender textos simples ou realizar operações básicas de matemática atinge cerca de 27% da população devido às falhas existentes no sistema educacional. Comprova-se isso por meio da "aprovação automática" realizada por muitas escolas públicas, ou seja, os alunos, mesmo que não estejam capacitados, conseguem avançar de ano letivo. Dessa forma, vê-se que os jovens estudantes são pouco estimulados nos estudos e têm apoio limitado para que solucionem suas dúvidas em situações que geram dificuldades de compreensão naquilo que está sendo estudado, o que só favorece este problema. Ademais, convém frisar que o analfabetismo funcional compromete o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo. Uma prova disso está na dificuldade enfrentada por muitos profissionais - cerca de 30% segundo o INAF - em realizar um pedido de emprego, o que pode comprometer a vida econômica dessas pessoas caso essa tarefa não seja realizada com sucesso. Diante disso, percebe-se que muitos cidadãos enfrentam os efeitos dessa triste realidade por conta da base educacional precária adquirida na escola. Em vista dos argumentos apresentados, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que as ONGs, com a divulgação da mídia, criem palestras públicas, com profissionais altamente capacitados, que garantam o conhecimento necessário de compreensão de texto e operações algébricas às pessoas que não têm recursos econômicos suficientes em adquirir cursos específicos a cerca desse assunto. Além disso, o Governo Federal, com a verba pública, deve implantar nas escolas o programa "Compreender é viver", o qual visa utilizar a educação a distância particular e virtual a fim de fornecer apoio aos estudantes para que eles sanem suas dificuldades nos estudos não só no ambiente escolar mas também em suas moradias, porque para Immanuel Kant, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele". Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para que o analfabetismo funcional seja erradicado.