Título da redação:

Caminhos para a alfabetização

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 04/08/2017

Desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foram construídos bibliotecas, teatros e centros culturais e educacionais, dando a falsa ideia de que a população pudesse se alfabetizar a partir desses meios. Entretanto, quando se observa as atuais taxas de analfabetismo funcional elevadíssimas percebe-se que os brasileiros não colheram os frutos desse investimento intelectual feito, principalmente, por causa da omissão do governo e do modelo engessado de educação que ainda vigora nas escolas. Em primeiro plano, é importante salientar a negligência do Estado acerca dessa problemática. Haja vista que essa mazela se acentua devido a grande disparidade social, uma vez em que esta gera, muitas vezes, evasão escolar de crianças e adolescentes que tentam entrar mais rápido no mercado de trabalho para obter uma renda extra dentro de casa, Dessa forma, sem oportunidade de concluir os estudos, esses jovens contribuem para o índice, o qual diz que mais de 70% dos brasileiros tem algum nível de analfabetismo, funcional ou não. Esse cenário claramente contradiz o pensamento do filósofo contratualista Thomas Hobbes, que diz que o Estado deve garantir o bem geral da população e ressalta que esse órgão não cumpre suas funções. Outrossim, há também o papel das escolas no combate a esse quadro, que por ter um modelo de ensino retrógrado colabora para dados péssimos acerca do analfabetismo funcional no país. Essa defasagem intelectual se explica a partir do conceito do sociólogo Paulo Freire, de educação tecnicista, aplicado na maioria dos colégios e universidades, o qual diz que o ensino da área de Exatas é mais valorizado do que o hábito de leitura e de interpretação de textos e suas peculiaridades. Nesse sentido, é possível compreender as informações fornecidas pelo site ''administradores'', que informa que cerca de 30% daqueles que possuem diploma de nível superior não são proficientes na leitura e escrita, ou seja, que essas instituições educativas não cumprem seu papel de formação intelectual. Torna-se evidente, portanto, que os índices de analfabetismo funcional nas terras tupiniquins é muito grande e precisa de medidas para que esse quadro seja alterado. Para isso, cabe ao Governo Federal ampliar as políticas sociais, como Bolsa Família, aumentando sua área de atuação e o valor fornecido a fim de que a desigualdade social se amenize e a preocupação dos jovens seja voltada somente para os estudos. Concomitantemente, as instituições de ensino devem se libertar das amarras do século XIX e promover uma educação mais cidadã, pautada em princípios culturais , artísticos e linguísticos com o intuito de que os alunos saiam formados com o mínimo de capacidade crítica e repertório sociocultural satisfatório. Assim, poderemos, efetivamente, fazer bom uso de todos os investimentos feitos por Dom João VI no Brasil de 1800, abrindo caminhos para a alfabetização.