Título da redação:

As causas do analfabetismo funcional

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 30/07/2017

O instituto Paulo Montenegro e ONG Ação Educativa emitiram em 2011 o Inaf (indicador de alfabetismo funcional), em que se constatou a ampliação da escolaridade da população brasileira. Sem, contudo, aumentar o percentual da população plenamente alfabetizada, ou seja, desde a primeira edição da pesquisa do indicador em 2001, o nível das pessoas com proficiência plena da escrita, leitura e matemática permaneceu estagnada em torno de 26%. Ainda segundo a CNI, no relatório Retratos da Sociedade Brasileira, a maioria dos brasileiros reconhece a relação entre a baixa qualidade do ensino e o insuficiente rendimento econômico apresentado no país. Por isso faz-se imprescindível conhecer as circunstâncias do fenômeno da má qualidade da educação no Brasil. Assim, os indicadores do Inaf revelam o resultado de uma política que prioriza a quantidades de alunos em sala em detrimento da qualidade de ensino. Não se defende a educação para poucos, mas o ensino pautado na construção do conhecimento critico capaz de ser ferramenta útil para formação de uma sociedade mais justa. Apesar de se reconhecer que as políticas do governo tenham resultado em redução do analfabetismo, suas ações direcionadas apenas no aumento da frequência escolar possibilitaram a permanência de um sistema educacional incapaz de atender as necessidades dos estudantes, isto é, de entender e trabalhar as carências físicas e culturais advindas da interação do indivíduo com o meio que o cerca. Pois conforme observou Jean Piaget na teoria educacional interacionista, a aquisição do conhecimento resulta da interação do indivíduo com o meio ambiente, desta forma o desenvolvimento cognitivo, arcabouço das habilidades de escrita, leitura e matemática é uma construção em etapas que ocorre desde a primeira infância e por isso deve a escola ser capaz de preencher as lacunas deixadas pela realidade dos estudantes. Em adição, outro fenômeno colaborativo do analfabetismo funcional no Brasil é a ausência do incentivo à leitura, uma vez que essa última se apresenta como uma aliada crucial do desenvolvimento cognitivo, a prática da leitura aprimora a criatividade, bem como o senso crítico e a linguagem. Diante disso, a Academia Americana de Pediatria, recomenda a realização da leitura para a criança desde o nascimento, como forma de estimular a aquisição da linguagem e o aprendizado da leitura entre outros benefícios. Portanto, o analfabetismo funcional é resultado de uma política quantitativa da educação e de uma sociedade que não valoriza a construção do conhecimento através da leitura. Para reverter o quadro, será essencial a formulação de um sistema educacional não engessado, para que as características do cotidiano familiar e comunitário dos estudantes, sejam levados em consideração na elaboração do projeto pedagógico, outro ponto importante é a criação de bibliotecas de bairro, podendo ser executadas em uma parceria entre o setor público e o privado, com realizações de eventos gratuitos divulgados pelas empresas parceiras, como dia de leituras por faixa etária, dia da ciência, espaço para cursos de poesias e redação para jovens e adultos